Produtor haitiano acredita que a música pode unir a América Latina

Michael Brun lançou o álbum “Lokal”, o primeiro de sua carreira, apostando em levar a música do Haiti para o resto do mundo

  • Por Caio Menezes/Jovem Pan
  • 26/07/2019 17h21
Divulgação Michael Brun lançou o álbum "Lokal" em junho

O produtor Michael Brun é um dos artistas mais interessantes da América Latina neste ano. O haitiano lançou em junho o álbum “Lokal”, o primeiro de sua carreira, misturando sons regionais do Haiti com influências internacionais do resto do continente, da África e dos Estados Unidos.

Em entrevista à Jovem Pan, Michael Brun comemorou a maior aceitação do público aos estilos musicais regionais. “O sucesso da música latina e da música africana tornou o mundo um lugar muito menor que está com a mente mais aberta a estilos diferentes”, disse.

Para ele, o estouro da música latina em todo o mundo pode ser crucial para que o continente fique cada vez mais próximo culturalmente. “Essa é a minha missão e um dos motivos pelos quais trabalhei com J Balvin. Temos orgulho da nossa herança e vemos o que nos conecta enquanto uma região no mundo”, explicou.

Leia abaixo a entrevista com Michael Brun:

Jovem Pan: Como foi a produção de “Lokal”? O que esse disco representa para você?
Michael Brun: Foi uma das experiências mais animadoras que eu já tive na vida. Conseguir juntar alguns dos meus artistas haitianos favoritos com outros dos meus artistas internacionais prediletos era um grande sonho, e as músicas também ficaram bem especiais. Esse álbum representa um legado para mim. Eu quero olhar para ele daqui a 25 anos e estar orgulhoso como estou agora.

JP: Você acredita que as pessoas estão mais abertas aos estilos musicais locais hoje em dia?
MB: Com certeza. O sucesso da música latina e da música africana tornou o mundo um lugar muito menor que está com a mente mais aberta a estilos diferentes. Também acho que por muitos de nós sermos imigrantes de diferentes culturas, estamos buscando por música autêntica que nos conecta a nossas raízes.

JP: Como é fazer música eletrônica no Haiti?
MB: É muito legal porque não existe um precedente para esse estilo. Tudo é novo, então eu consigo experimentar com diferentes tipos de sons.

JP: Você acha que o Haiti é desconectado do resto da América Latina por causa da barreira da língua? Como superar isso?
MB: Eu acho que a localização e o idioma foram grandes problemas no passado, mas, hoje, as pessoas estão mais abertas do que nunca a ouvir música e aprender sobre culturas diferentes. Muita gente nos Estados Unidos canta músicas em espanhol sem saber falar o idioma, então isso me mostra que o mundo está mais aberto. Também acho que se a gente olhar para nossas raízes, vamos ver mais conexões entre nossas culturas. O Brasil e o Haiti têm muitos sons parecidos e têm uma história muito próxima. Como artista, estou animado para explorar mais isso.

JP: Você acha que a explosão da música latina no mundo pode unir a América Latina?
MB: Acredito 100% nisso. Essa é a minha missão e um dos motivos pelos quais trabalhei com J Balvin. Temos orgulho da nossa herança e vemos o que nos conecta enquanto uma região no mundo. Somos mais similares do que diferentes.

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