Conheça as histórias de quem acompanhou os 100 jogos da Arena Corinthians

  • Por Diogo Patroni/Jovem Pan
  • 04/05/2017 13h55
Reprodução Twitter Mais de 3 milhões de pessoas acompanharam os 99 jogos do Corinthians na Arena

Neste domingo (7), o Corinthians completou 100 jogos em sua casa, e a festa foi coroada com o título do Campeonato Paulista 2017. O estádio, aliás, é um grande trunfo do clube, que desde sua primeira partida, em 18 de maio de 2014, venceu 69 vezes, empatou 24 e perdeu 7. Pouco mais de três milhões de pessoas já acompanharam os 185 gols do Timão, porém um torcedor em especial, que praticamente está lá todos os dias, não conseguiu ver metade desses tentos.

Ricardo de Souza é gerente de operações da Arena Corinthians e tem a função de zelar pela segurança, manter a ordem e proporcionar conforto aos torcedores que chegam ao estádio. Bilheteria, funcionamento de catracas, abertura dos portões, lanchonetes, acesso dos Vips, anúncios do placar eletrônico, tudo passa pelo aval dele, que sabe de tudo o que acontece no estádio, exceto dentro de campo.

“Eu tenho uma visão privilegiada, mas o que menos faço é olhar para o gramado. Eu sei quando é gol nosso (Corinthians) pelo barulho. Mas nunca sei quando é do visitante. Teve um jogo contra o São Paulo, que estava uma loucura nos bastidores e uma hora eu vi que estava 0 a 1 para eles. Disse para o pessoal: ‘os caras estão ganhando’. Aí, me responderam: ‘Ricardo, já faz 30 minutos que está 0 a 1. Realmente não sei de nada”, brinca.

A mobilização para uma partida envolve aproximadamente duas mil pessoas e os preparativos começam quase 4h antes do apito inicial. Pensando no conforto do público, a Arena Corinthians possui até um canal de ouvidoria via Whatsapp para que o torcedor manifeste sua opinião sobre os serviços. “A responsabilidade de comandar essa Arena é enorme. Tudo tem que sair perfeito e, claro, com o Coringão vencendo sempre”, revela o gerente de operações.

Operação salvadora

A ouvidoria via Whatsapp já permitiu que de Souza ajudasse um torcedor em “apuros”. “Recebi a mensagem de uma pessoa que estava no banheiro e não tinha papel higiênico. Na hora, eu achei que era trote e respondi: ‘senhor, esse um canal para problemas mais sérios. Não permitimos esse tipo de brincadeira’. Ele já me respondeu: ‘quer problema mais sério que esse? Estou precisando de papel’. Então perguntei qual o setor e pedi para alguém levar o papel”, revela o gerente que completa: “Depois ele me respondeu: ‘Obrigado, dessa vez não precisei usar minha meia’. Foi hilário”, recorda.

Ao contrário do que era imaginado, a operação mais desafiadora da Arena Corinthians não foi a briga de torcedores da Universidad de Chile com a polícia, em jogo pela Copa Sul-Americana, mas sim o duelo diante do Fluminense, pelo Campeonato Brasileiro 2015. “Estava um dia bonito com céu aberto e de repente o tempo virou e veio uma ventania. Nós tínhamos tendas no setor Leste que começaram a voar e arrancar até parte do asfalto, o que colocaria a segurança do público em risco. Então nós realizamos uma operação de emergência e conseguimos contornar”, resume.

“No jogo da La U foi algo mais isolado. Nós retiramos a nossa torcida de perto e acionamos a PM”, esclarece de Souza.

Ricardo de Souza é o gerente de operações da Arena Corinthians

Sempre fiel

Questionado se a Arena deixou o torcedor do Corinthians mal-acostumado, o gerente de operações acredita que o estádio proporciona um novo modo de torcer. “Nós viemos do Pacaembu, que tinha aquele charme do torcedor em pé colado na grade. Aqui, é um novo cenário e as pessoas buscam mais conforto. O torcedor chega e tem o nome dele na cadeira, ele quer ter um banheiro limpo, comida quente e bebida fria. Mas a torcida do Corinthians será sempre a torcida do Corinthians, isso não muda jamais”, enaltece.

Já os tradicionais mosaicos, que deixam o espetáculo das arquibancadas ainda mais bonito, exigem um verdadeiro trabalho de paciência, uma vez que as 15 mil placas são coladas uma a uma nas cadeiras do setor Leste. “Nos reunimos na semana do jogo e escolhemos o desenho que será projetado e um dia antes do jogo colocamos as placas. Aqueles que são içados, como o de 77 e o do Tite com o símbolo, precisam do trabalho de 20 pessoas no teto para puxar a corda, enquanto o hino nacional é executado. Tem que ser sincronizado”, revela Souza. “Aqui, é Corinthians e vai no braço mesmo ”, finaliza.

Confira os principais números da Arena Corinthians:

Jogos: 99   Vitórias: 69   Empates: 24    Derrotas: 7

Gols marcados pelo Corinthians: 185     Gols sofridos: 60

Público total: 3 Milhões

Maior público: 46.017 pessoas – Corinthians 1 a 1 Ponte Preta – Campeonato Paulista 2017

Renda Líquida de Bilheteria: R$ 106 milhões   Renda bruta de bilheteria: R$ 181.117.493,82

Custo da operação por jogo: 40% da receita

Maior vitória: Corinthians 6 a 0 Cobresal-CHI – Copa Libertadores da América 2016

Artilheiro: Romero – 18 gols

Maiores vítimas: São Paulo, Santos e Ponte Preta, todos com quatro derrotas

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