Ao contrário do Brasil, Argentina pune autores de vídeos sexistas na Copa

  • Por Jovem Pan
  • 13/09/2018 10h28
Reprodução A maioria dos brasileiros que fez vídeo sexista foi identificada

Durante a Copa do Mundo de 2018, foi comum ver torcedores sul-americanos fazerem vídeos sexistas e preconceituosos ao lado de russos e outros estrangeiros. Alguns brasileiros foram flagrados fazendo isso, mas não receberam punição do país. Já na Argentina isso resultou em proibição de entrada em eventos futebolísticos durante 2 anos.

No vídeo feito por brasileiros, o grupo pediu para uma russa cantar gritos em referência ao órgão genital dela. A maioria dos envolvidos foi identificada, mas o Itamaraty alegou que precisava receber uma denúncia formal da vítima ou do governo russo para tomar alguma atitude. Alguns deles foram demitidos pelas empresas em que trabalhavam, mas outros passaram praticamente ilesos pela polêmica.

Na Argentina a história não ficou esquecida. A resolução do Ministério da Segurança foi publicada nesta quarta-feira (12) no Diário Oficial. Três torcedores foram punidos porque, em seus vídeos, forçavam jovens mulheres russas a repetir termos chulos e de cunho sexual em espanhol, sem elas saberem o significado do que diziam, enquanto o quarto caso é o de um homem que gravou um vídeo com um cidadão árabe a quem fez repetir uma frase com referências ao terrorismo.

Os torcedores foram identificados como Néstor Pinovi, Claudio Fitterer, Marcelo Génova e Juan Pablo Olguín. A proibição a eles foi possível graças ao fato de que, no Mundial, houve um convênio de colaboração e assistência entre as autoridades russas responsáveis pela segurança pública e vários organismos policiais argentinos.

A resolução faz referência ao fato de que a conduta de Pinovi é “sexista e desonesta” quando humilha uma menor de idade russa e a faz repetir palavras obscenas e ofensivas enquanto se aproveita da barreira idiomática entre ambos.

“Contradiz o decoro e o respeito que deve sobressair quando um cidadão visita um país estrangeiro”, afirma o texto, que também ressalta que os conteúdos dos quatro vídeos se tornaram virais e geraram “repúdio generalizado” em nível internacional.

As imagens de Fitterer e Génova são de conteúdo similar, embora em seus casos as mulheres das quais zombavam nos vídeos fossem adultas.

Por sua parte, Olguín gravou um vídeo com uma pessoa que usava um turbante árabe, a quem faz com que peça uma “bomba” para a cidade argentina de Naschel, perto da do próprio Olguín, Papagayos, na província de San Luis.

Os quatro homens passarão a fazer parte do Registro Nacional de Pessoas com Direito de Admissão a Espetáculos Futebolísticos e serão privados de tal direito.

Além disso, o Ministério não aceitou as desculpas que todos eles pronunciaram então porque “não resultam satisfatórias nem idôneas para escusar o preconceituoso comportamento”.

Com EFE

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