Com Filipe Luis e Fagner, Brasil de Tite busca classificação às quartas contra México

  • Por Jovem Pan com EFE e Estadão Conteúdo
  • 02/07/2018 08h27
Pedro Martins / MoWA Press Como esperado, Tite também confirmou que Fagner continuará sendo escalado na lateral direita, mesmo que Danilo esteja recuperado de uma lesão na região do quadril direito

Sem saber o que é ficar fora das quartas de final da Copa desde a edição de 1990, a seleção brasileira buscará mais uma vez a vaga entre os oito melhores nesta segunda-feira (2), na Cosmos Arena, e terá como adversário o México, que morreu nas oitavas nos últimos seis Mundiais.

A Copa da Itália, há 28 anos, teve uma queda do Brasil logo na segunda fase, em clássico contra a Argentina, e foi a última sem a participação dos mexicanos. Desde então, a equipe sul-americana obteve dois títulos, foi vice-campeã uma vez, quarta colocada em outra e ainda acumulou duas quedas nas quartas, enquanto representante da Concacaf vive a chamada “maldição das oitavas”, fase em que foi eliminada em todas essas seis vezes.

Nos últimos anos, a ‘Tri’ se tornou uma pedra no sapato da seleção pentacampeã mundial, com triunfos em três finais: na Copa América de 1999, na Copa Ouro de 2003 e nos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012, adiando em quatro anos o sonho do ouro inédito, obtido apenas no Rio 2016.

Da conquista na capital londrina, sete jogadores estão no elenco dirigido por Juan Carlos Osorio, com destaque para o volante Héctor Herrera, único titular atualmente, e o atacante Oribe Peralta, autor dos dois gols da decisão de seis anos atrás. Já o Brasil conta com o zagueiro Thiago Silva, os laterais Danilo e Marcelo e o atacante Neymar entre os medalhistas de prata.

O México também levou a melhor na Copa América em 2001 e 2007 e na Copa das Confederações de 2005, mas nessas duas últimas os brasileiros não têm motivos para lamentar, já que ficou com o título.

Por outro lado, em Copas do Mundo o domínio é verde e amarelo. O Brasil enfrentou a equipe da América do Norte quatro vezes, todas em fases de grupos, somou três vitórias (1950, 1954 e 1962) e um empate (2014) e não sofreu um gol sequer.

Mundo afora, a expectativa em relação à equipe do técnico Tite para este jogo é a atuação de Neymar, que tem no Mundial a chance de enfim chegar ao trono de melhor do mundo após as eliminações de Lionel Messi e Cristiano Ronaldo neste sábado (31).

Entretanto, até agora, o camisa 10 da seleção ainda não encantou. Os destaques dos pentacampeões até agora foram a defesa, apesar do gol de escanteio sofrido na estreia, no empate com a Suíça em 1 a 1, e o meia Philippe Coutinho, que já marcou duas vezes e deu uma assistência.

Tite confirmou neste domingo que Filipe Luís será o titular da lateral esquerda da seleção brasileira no duelo com o México. Marcelo foi substituído do duelo com a Sérvia, na quarta-feira, logo nos minutos iniciais por causa de dores na região lombar. O lateral retomou a rotina de treinamentos no sábado, antevéspera do confronto contra os mexicanos, o que levou o técnico do Brasil e seus auxiliares a serem cautelosos, o deixando como opção no banco de reservas contra o México, ainda mais que o confronto poderá ser decidido apenas na prorrogação.

“O técnico não pode colocar um jogador em uma situação dessas para enfrentamento. Ele veio para campo, quer participar, isso mostra sua responsabilidade, seu comprometimento com a equipe. É uma das lideranças. Eu disse isso a ele, porém o técnico não pode, em cima de 45 ou 60 minutos, colocá-lo em um jogo dessa característica. Não pagamos preço de saúde”, disse o comandante, em entrevista coletiva.

Como esperado, Tite também confirmou que Fagner continuará sendo escalado na lateral direita, mesmo que Danilo esteja recuperado de uma lesão na região do quadril direito. Na avaliação do treinador, Fagner está pronto para exibir uma grande atuação diante do México, mesmo tendo que encarar o desafio de marcar o meia-atacante Hirving Lozano, autor do gol do triunfo por 1 a 0 sobre a Alemanha, na rodada inicial da fase de grupos da Copa do Mundo.

“Nós procuramos ter uma equipe equilibrada, com criação e infiltração dos dois lados e coordenação de movimentos defensivos. O Fagner tem esse enfrentamento, é uma das características que ele tem. O um contra um de velocidade dele é de qualidade”, elogiou o treinador, em entrevista coletiva.

Tite também revelou ter conversado com Danilo sobre a sua decisão. O jogador do Manchester City foi titular nos amistosos de preparação para a Copa e no confronto de estreia na Rússia, diante da Suíça, mas perdeu sua vaga após sofrer lesão na véspera do confronto com a Costa Rica e agora segue no banco por causa das boas atuações de Fagner.

“Falei ao Danilo antes do treino de hoje (domingo) sobre o critério. Ele vinha jogando bem, ficou dois jogos fora, o Fagner entrou muito bem e permanece. Permanece pelo desempenho nos dois jogos, de alto nível em dois jogos decisivos”, acrescentou Tite.

No domingo (1) também foi anunciado que Thiago Silva será o capitão do Brasil. Essa é a segunda vez que o camisa 2 usará a braçadeira. A primeira foi no jogo passado, em que o Brasil venceu a Sérvia por 2 a 0. Marcelo, vetado para o jogo contra o mexicanos, e Miranda, foram os outros dois capitães da Seleção na primeira fase.

O treinador já havia alertado que aconteceria um rodízio de líderes em campo. Entretanto, deixou claro só os mais experientes poderiam vesti-la. Dos 23 jogadores convocador por Tite, 14 já tiveram essa experiência. A tendência era que Daniel Alves assumisse esse posto, mas ele sofreu uma lesão no joelho direito pouco tempo antes do início da Copa do Mundo.

Após o treinamento dessa manhã, o capitão falou em entrevista coletiva e enalteceu o elenco mexicano, principalmente Chicharito Hernandez. “São jogadores extremamente inteligentes, sabem ocupar os espaços como ninguém. O Chicharito já conheço um pouco melhor, nos enfrentamos algumas vezes, sei da qualidade que esse menino tem”, comentou o zagueiro.

Além de falar sobre o adversário das oitavas, Thiago Silva também elogiou seus companheiros de Paris Saint-Germain, Edinson Cavani e Kylian Mbappé, que foram decisivos nas classificações de Uruguai e França, respectivamente. “Os dois foram fundamentais nas vitórias das suas seleções. Mesmo o Di Maria sendo eliminado, fez um grande jogo. O Paris Saint-Germain está muito bem representado, mas a Seleção está equilibrada. Tem o momento certo dos atacantes aparecerem. A gente espera que amanhã seja um grande dia, que o Neymar esteja inspirado como os outros”, finalizou.

Na tentativa de quebrar o jejum e avançar às quartas, fase a que chegou apenas duas vezes em 1970 e 1986, ambas como anfitrião, o México precisa recuperar a imagem positiva deixada nas vitórias sobre Coreia do Sul e principalmente Alemanha. Na terceira rodada, no primeiro jogo em que Osorio repetiu a escalação à frente da ‘Tri’, a equipe foi presa fácil para a Suécia e perdeu por 3 a 0, o que a deixou em segundo lugar no grupo F.

O ex-treinador do São Paulo tem apenas um baixa para o duelo, o zagueiro Héctor Moreno, que cumprirá suspensão devido ao segundo cartão amarelo e provavelmente será substituído por Hugo Ayala.

Prováveis escalações:

Brasil: Allison; Fagner, Miranda, Thiago Silva e Marcelo; Casemiro, Paulinho e Philippe Coutinho; Willian, Neymar e Gabriel Jeses. Técnico: Tite.

México: Ochoa; Álvarez, Ayala, Salcedo e Gallardo; Guardado, Herrera e Layún; Vela, Lozano e ‘Chicharito’ Hernández. Técnico: Juan Carlos Osorio.

Árbitro: Gianluca Rocchi (Itália), auxiliado pelos compatriotas Elenito Di Liberatore e Mauro Tonolini.

Estádio: Cosmos Arena, em Samara

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