“La Casa de Papel” na final da Copa do Mundo? Entenda

  • Por Renato Barcellos/Jovem Pan
  • 14/07/2018 13h18 - Atualizado em 19/07/2018 15h37
Reprodução O principal objetivo dos partisanos era a criação de um Estado comunista na Iugoslávia

A música “Bella Ciao” certamente você já conhece. Originalmente um hino das tropas partisanas, a canção ficou bastante conhecida no Brasil após a série espanhola “La Casa de Papel”. Como não podia deixar de ser, ganhou versões em samba, funk e sertanejo. Mas o que ela tem a ver com a final da Copa do Mundo?

Finalista do campeonato, a Croácia fazia parte da Iugoslávia, extinta em 1991. O fato é que:  personagens centrais da música “Bella Ciao”, os partisanos foram essenciais essenciais na história da Iugoslávia.

Os partisanos surgiram no final dos anos 20, entretanto, ficaram bastante conhecidos durante a Segunda Guerra Mundial por se opor ao Eixo, e principalmente a Adolf Hitler e Benito Mussolini. As tropas partisanas atuavam atrás dos inimigos e tinham como objetivo roubar cargas, dificultar a comunicação e realizar atos de sabotagem.

Apesar da letra da canção ser em italiano e diversas vezes relacionada à Itália, o movimento foi muito forte na Iugoslávia, liderado pelo guerrilheiro comunista Josip Broz Tito. O Marechal foi o maior responsável pela resistência às tropas do Eixo e aos nazifascistas croatas e sérvios, mesmo sem apoio político e material dos Aliados.

O principal objetivo dos partisanos era a criação de um Estado comunista na Iugoslávia. Sendo assim, o Partido Comunista da Iugoslávia tentou unir os vários grupos étnicos da região, preservando os direitos e cultura de cada etnia. “Os partisanos eram guerreiros socialistas e ajudaram na libertação da Iugoslávia. Nem todo croata era partisano, e muitos que não eram também foram enviados para as batalhas campais. Isso acabou sendo uma verdadeira marca”, explica o mestrando em Antropologia pela Unicamp Nicolas Rocca Bragaia.

Por outro lado, existia um grupo de resistência rival chamado Chetniks. Eles pregavam a permanência da Monarquia no país e sonhavam em uma população totalmente sérvia. Além disso, queriam criar uma “Grande Sérvia”. Muitos dos Chetniks tinha conhecimento militar porque eram ex-integrantes do Exército Real da Iugoslávia. Já os partisanos obtiveram seu conhecimento militar durante a Guerra Civil Espanhola.

Apesar da relação turbulenta entre os dois grupos, só em 1941 – ano em que a Iugoslávia deixou de ser neutra na guerra – que o conflito desandou. Embora o nome da resistência lembre uma força de guerrilha, em 1944 as forças já contavam com 650 mil soldados divididos em quatro exércitos e 52 divisões. Um ano depois, os partisanos iugoslávos já somavam mais de 800 mil pessoas e foi considerado o quarto exército mais importante da Europa naquela época.

Acompanhe a cobertura completa da Copa do Mundo pela Jovem Pan

 

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