Federação Inglesa duvida que Copa do Mundo de 2022 seja disputada no Catar

  • Por Agência EFE
  • 01/12/2015 18h16
Generated by IJG JPEG Library Reprodução/Site Oficial da FA Para Greg Dyke

O presidente da Federação Inglesa (FA), Greg Dyke, demonstrou nesta terça-feira suas dúvidas de que a Copa do Mundo de 2022, marcada para entre os dias 21 novembro e 18 dezembro, seja disputada no Catar.

O Comitê Executivo da Fifa elegeu, em dezembro de 2010, Rússia e Catar como organizadores dos Mundiais de 2018 e 2022, respectivamente. Cinco anos depois dessas controversas votações, vários integrantes da entidade esportiva foram acusados de aceitar propinas para apoiar ambas as candidaturas.

“Para mim, esse foi o pior momento na história da Fifa e acho que pagaremos as consequências durante pelo menos mais sete anos. Se a investigação aberta pela procuradoria suíça provar que houve casos de corrupção, haverá sérias dúvidas sobre se a Copa do Mundo será ou não no Catar. Eu, pessoalmente, não tenho muita certeza”, disse Dyke em entrevista à agência britânica “PA”.

De acordo com o dirigente inglês, “se essa investigação mostrar que há irregularidades financeiras, muita gente pedirá que volte a ser votada a sede da Copa do Mundo de 2022”, explicou.

Presidente da FA desde julho de 2013, Dyke afirmou que o Comitê Executivo da Fifa foi informado sobre os riscos existentes de se disputar uma Copa do Mundo no Catar devido às altas temperaturas.

“Olhando para trás, vemos que não havia nenhuma razão legítima para sediar o torneio em um país como o Catar. Isso fez com que as pessoas começassem a pensar que havia algo esquisito. Todos sabemos que a inspeção técnica da Fifa desaconselhou a realização por fazer muito valor no verão, e por isso decidiram trocar a data para o inverno”, indicou.

Além disso, segundo Dyke, “desde então houve muitos membros desse Comitê Executivo da Fifa que foram suspensos ou estão sendo investigados”.

Apenas sete dos 22 membros do Comitê Executivo que designou as edições de 2018 e 2022 da Copa do Mundo estarão presentes na reunião desta semana, e muitos dos outros foram inabilitados, como os presidentes da Fifa e da Uefa, Joseph Blatter e Michel Platini, respectivamente, ou sob investigação.

A Federação Inglesa solicitou em carta enviada à Fifa que os salários do presidente e dos altos executivos sejam divulgados publicamente.

O próprio Dyke revelou nesta terça-feira seu salário, que ronda as 150 mil libras (R$ 875 mil) anuais por um trabalho ao qual se dedica três dias por semana, exceto em datas especiais.

“O mais correto é que as empresas públicas e as organizações realmente grandes como a Fifa divulguem os salários de seus empregados. Eu nunca tive problema ao revelar meu salário. Ninguém sabe o que Blatter ganhou até agora e isso é inaceitável”, criticou Dyke.

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