380 jogos, 923 gols, dois artilheiros e um campeão: confira o balanço do Brasileirão 2017

  • Por Jovem Pan
  • 03/12/2017 20h21 - Atualizado em 03/12/2017 21h15
Montagem / Estadão Conteúdo Corinthians ficou com o título, a artlharia e a melhor média de público do Campeonato

Após 380 jogos, 923 gols e uma média de 2,4 gols por jogo, chega ao fim mais uma edição do Campeonato Brasileiro, que teve o Corinthians consagrado como heptacampeão com três rodadas de antecedência. Mas engana-se quem pensa que o último dia da competição, com os 10 jogos realizados simultaneamente e 30 gols marcados, não teve emoção.

O Sport venceu o campeão e conseguiu escapar do rebaixamento, assim como o Vitória, que, mesmo sendo derrotado pelo Flamengo, se garantiu na série A do ano que vem. O resultado dos pernambucanos derrubou o Coritiba, que disputará a Série B em 2018. O time do Paraná foi derrotado pela Chapeconse aos 49 minutos do segundo tempo. O resultado colocou o Verdão do Oeste na fase preliminar da Libertadores, junto com o Vasco.

Já para o Atlético-MG, que ficou em nono, o Campeonato ainda tem mais 10 dias de duração – tudo porque um título do Flamengo na Sul-Americana significará uma vaga a mais para a o principal torneio do continente.

A Jovem Pan faz um balanço do Brasileirão de 2017 e relembra alguns momentos do torneio que volta somente em abril do ano que vem. Confira:

Nem despencou!

O Corinthians assumiu a liderança na 5ª rodada e ali permaneceu até o fim. O time foi imbatível no primeiro turno e teve seus deslizes no segundo. Mas o topo permaneceu nas mãos do time de Carille. Isso porque os concorrentes ao título não conseguiram ameaçar a vantagem alcançada pelo Alvinegro. Quem mais se aproximou foi o Palmeiras, que chegou a ficar a cinco pontos do líder, mas tropeçou e se contentou com o segundo lugar.

O Alviverde, dono do melhor ataque do Campeonato com 61 gols, foi entrar nessa briga somente na reta final. Quem tentou se aproximar durante boa parte do Campeonato foi o Grêmio. Porém, a prioridade de Renato Gaúcho sempre foi a Libertadores (estratégia que deu certo e resultou no tricampeonato da competição) e os reservas jogaram em várias rodadas. Repleto de tropeços em momentos decisivos, os gaúchos também não foram uma ameaça ao atual heptacampeão nacional.

Favoritos, mas nem tanto

Chamado de “quarta força” no começo do ano, o Corinthians não figurava entre os favoritos para o Brasileiro deste ano. Este posto pertenceu aos reforçados times do Palmeiras, Flamengo e Atlético-MG.

Como já citado, o Palmeiras foi quem chegou mais perto, mas diante do investimento feito (foram mais de R$ 100 milhões em jogadores como Borja, Guerra e Deyverson) o ano sem títulos e o vice-campeonato é visto como decepcionante para muitos torcedores. Em se tratando de Campeonato Brasileiro, o Flamengo, que também reforçou bem o seu time com Everton Ribeiro e Diego Alves, também ficou abaixo do esperado, mas conseguiu chegar às finais de Copa do Brasil e da Copa Sul-Americana. Já o Atlético-MG, outro time que sempre é candidato à taça, ainda terá que esperar para descobrir se vai ou não à Libertadores.

MARCO GALVãO/FOTOARENA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO

Perde, vai para o Z-4, ganha, vai para a Libertadores

Se por um lado a briga pelo título não teve nenhuma oscilação durante 33 rodadas, a disputa contra o rebaixamento foi equilibradíssima. Não foi raro ver um time que lutava contra a degola somar alguns poucos pontos e entrar na briga pela Libertadores, hoje com oito vagas. Este foi o caso do Vasco, que flertou com a degola e terminou o Campeonato com a sétima colocação e a vaga para a Pré-Libertadores.

Já o São Paulo, que também esteve próximo dos dois extremos, vai mesmo é para a Sul-Americana. O time permaneceu 16 rodadas no Z4 e chegou a alcançar uma nona colocação, mas perdeu o fôlego e não conseguiu ir para a principal competição do continente, terminando o Campeonato em 13º.

Caso o Flamengo vença a Sul-Americana na semana que vem, o único time que nem se classifica para as competições internacionais e nem cai para a Série B é o Vitória, 16º colocado no Brasileiro. Do primeiro ao nono irão para a Libertadores e do 10º ao 15ª se garantem na Sul-Americana.

Os artilheiros

Com a ausência de Jô na última rodada (por uma causa nobre: está acompanhando os primeiros dias do seu filho recém-nascido) e com Henrique Dourado passando em branco, os dois atacantes dividiram a artilharia do Campeonato, ambos com 18 gols. O goleador do Fluminense teve como principal arma a bola parada, com sete gols de pênalti. Graças a Jô, o Corinthians alcançou a artilharia do Brasileirão pela primeira vez em sua história.

Curiosamente, no top 10 dos goleadores do Campeonato, apenas Jô e Thiago Neves estão em times classificados para a Libertadores. Lucca, da Ponte Preta, também soma mais de 10 gols no Brasileirão, mas não conseguiu evitar a queda do seu times à Série B.

Reconstrução da Chape

A Chapecoense viveu um ano de homenagens à sua delegação, morta em um trágico acidente aéreo que completou um ano nesta última semana. Em campo, o time se reconstruiu. Abriu mão da proposta de imunidade ao rebaixamento, contratou mais de 20 jogadores, chegou a liderar o Campeonato por uma rodada e conseguiu a sonhada e suada classificação para a Libertadores, mesmo tendo trocado de técnico três vezes durante o ano. Este foi o quarto ano consecutivo do time catarinense na Série A.

Justa homenagem

Além dos mortos no acidente com o avião da LaMia, sempre lembrados nos jogos na Arena Condá, um dos momentos de maior emoção deste Brasileirão foi a solidariedade ao treinador Abel Braga, que perdeu seu filho de forma trágica e foi homenageado pelos torcedores do Fluminense no Maracanã, fato que chegou a ser lembrado na premiação de melhores do ano da Fifa.

Peu Ricardo / Estadão Conteúdo

O show das torcidas

O Corinthians teve o melhor público do Brasileirão, com uma média de 40 mil por jogo, mas quem roubou a cena nas arquibancadas foi o torcedor do São Paulo. Os tricolores não abandonaram o time durante a luta contra a Série B e acabaram donos dos cinco melhores públicos do Campeonato, além de lotar o estádio até em treino (ação repetida pelos corintianos em Itaquera). Para esta última rodada, o clube chegou a vender ingressos por R$ 1 e contou com mais de 60 mil torcedores no Morumbi.

Antônio Cícero / Photopress / Estadão Conteúdo

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