AFA envia documento de 6 páginas à Conmebol criticando gramados, VAR e até Bolsonaro

  • Por Jovem Pan
  • 03/07/2019 18h57 - Atualizado em 03/07/2019 19h15
Paulo Fonseca/EFE Segundo a AFA, partida que culminou com a eliminação da Argentina "põe em dúvida princípios da ética"

A Associação de Futebol Argentino (AFA) enviou um documento de seis páginas à Conmebol com inúmeras reclamações, após a eliminação de sua seleção da Copa América, na derrota para o Brasil por 2 x 0, na última terça-feira (2). Sobrou para o Comitê Organizador Local, a CBF, a Conmebol e até o presidente Jair Bolsonaro.

O documento assinado pelo presidente da AFA, Claudio Fabian Tapia, tem seis páginas e aborda diversas reclamações, desde a presença de Bolsonaro no Mineirão, o baixo público no decorrer da competição, os gramados questionados e até supostos atrasos nos transportes da seleção. Porém, a principal revolta dos argentinos diz respeito à arbitragem da partida contra o Brasil e ao presidente do Comitê de Arbitragem da Conmebol, o ex-árbitro brasileiro Wilson Seneme.

Segundo a AFA, a partida que culminou com a eliminação da Argentina na Copa América “põe em dúvida que se foram observados os princípios da ética, lealdade e transparência”.

“A seleção foi claramente prejudicada […] em particular pela não utilização do VAR em duas jogadas concretas que podiam, sem dúvida, reverter o placar da partida”, afirma o documento. “Tal circunstância tem responsáveis, e são Wilson Seneme e os árbitros que integraram a partida, e essa responsabilidade não pode ser ignorada”, reclama a AFA.

Presença de Bolsonaro

“A presença do presidente da República Jair Bolsoanro não passou desapercebida por jogadores, dirigentes e público geral, já que foram manifestações evidentemente políticas durante o decorrer da partida, sem poder deixar de mencionar que, no intervalo, ele deu uma volta olímpica pelo estádio”, começou o documento sobre a presença do presidente.

Segundo a AFA, “os princípios da Fifa e Conmebol regem que todos os membros são proibidos de realizar manifestações políticas em seus eventos”. A Associação ainda reclama que os seguranças de Bolsonaro não estavam identificados com coletes, como todos os outros, o que é exigido pela Conmebol. Os argentinos lembram também que outros jogadores e torcidas já foram punidos por manifestações políticas durante partidas.

Problemas de organização

A entidade máxima do futebol argentino reclama do Comitê Organizador Local. Segundo a Associação, houve problemas nos ônibus que transportariam a delegação argentina, ocasionando atrasos, o que não teria acontecido com o Brasil. A AFA ainda reclama do baixo público e da qualidade do gramado, algo já recorrentemente dito por Messi e companhia no decorrer da Copa América.

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.