Blatter diz que demorou para sair da Fifa e critica uso do VAR

  • Por EFE
  • 02/07/2017 13h46
EFE Blatter foi presidente da Fifa até 2015

Presidente da Fifa entre 1998 e 2015, o suíço Joseph Blatter afirmou, em entrevista publicada neste domingo (2), que deveria ter deixado o cargo antes e que a renúncia, motivada por escândalo de corrupção, foi um “alívio”.

“Eu deveria ter saído antes”, afirmou o dirigente, suspenso por seis anos do futebol, ao jornal suíço Blick, em conversa realizado numa floricultura.

Blatter contou sobre uma conversa com um editor da própria publicação, que afirmou a ele que todo produto tem uma data de validade e que a do então presidente da Fifa deveria ser 2014.

“Às vezes, se coloca que o produto pode ser consumido além desse prazo, se for conversado em um local fresco”, relembrou a resposta que deu dirigente, hoje, em tom de lamento.

Questionado na entrevista sobre o motivo por a Fifa, em sua gestão, não ter publicado a íntegra do reltário García, que denuncia série de irregularidades na escolha de Rússia e Catar para sediar as Copas do Mundo de 2018 e 2022, Blatter foi econômico.

“Se eu não tivesse a consciência tranquila, eu não estaria aqui”, garantiu.

O suíço disse que não gostaria de criticar a gestão do sucessor, o compatriota Gianni Infantino, mas lamentou a substituição dos componentes do Comitê de Ética, entre eles o presidente do órgão, Hans-Joachim Eckert, e o chefe-investigador Cornel Borbély.

“A saída deles é um sinal muito ruim para a Fifa”, disse o ex-mandatário.

Blatter revelou que deverá estar presente na Rússia, durante a Copa do Mundo de 2018, já que recebeu convite do presidente do país, Vladimir Putin. O dirigente suspenso ainda garantiu acreditar na inocência dos russos, acusados de atuarem dopados no Mundial do Brasil.

“Fizeram exames antidoping a todos, inclusive aos russos. Não acredito que nenhum estivesse dopado. Mas, vamos esperar”, afirmou.

Por fim, Blatter criticou duramente a aplicação do sistema de auxílio de vídeo aos árbitros (VAR), adotado durante a Copa das Confederações.

“O jogo, sem discussão, perde atratividade. É preciso deixar que os árbitros cometam erros. O que a Fifa está fazendo é complicado e perigoso”, concluiu.

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