“Elas se sentiram valorizadas”, diz técnico do Corinthians feminino após jogo em Itaquera

  • Por Jovem Pan
  • 01/05/2018 11h24
Henrique Barreto/FuturaPress/Estadão Conteúdo Corinthians, feminino, itaquera Time feminino do Corinthians jogou para quase 4000 pessoas em Itaquera

A goleada por 4 a 1 sobre o frágil São Francisco-BA, na última quarta-feira, pela 1ª rodada do Campeonato Brasileiro feminino, não foi importante apenas por ter feito o Corinthians largar com os três pontos na principal competição da modalidade no País. A relevância do jogo residiu no fato de ele ter sido disputado na Arena de Itaquera, palco da abertura da última Copa do Mundo.

A estreia das alvinegras no Brasileirão foi realizada horas antes de o time masculino do Corinthians entrar em campo contra o Vitória, em Salvador, pelas oitavas de final da Copa do Brasil. Pouco menos de 4000 pessoas estiveram no estádio para acompanhar o jogo da equipe feminina – número baixo para um jogo entre homens, mas considerável para os padrões de uma modalidade que, infelizmente, ainda engatinha no País.

“(Jogar em Itaquera) trouxe mais visibilidade, aumentou a possibilidade de captação de patrocínio e chamou a atenção para a causa, para esse histórico de preconceito e falta de acesso das mulheres ao futebol”, afirmou Arthur Elias, técnico do time feminino do Corinthians, em entrevista exclusiva à Jovem Pan.

“Nós ficamos muito contentes com o apoio que tivemos. Foi um dia muito especial para todos nós, especialmente para as meninas, que tiveram a oportunidade de jogar em uma arena de Copa do Mundo… Elas se sentiram muito respeitadas e valorizadas. Que isso sirva de exemplo para os outros clubes”, acrescentou.

Kati, Corinthians

O jogo em Itaquera fez parte de uma campanha do Corinthians contra o machismo no futebol. Denominada “CaleOPreconceito”, a ação obrigou, por exemplo, o time feminino alvinegro a jogar com camisas com frases machistas no lugar de patrocinadores. A ideia era encontrar empresas dispostas a estampar as suas marcas e “calar” os preconceitos no uniforme.

O pontapé inicial para o fim da discriminação foi dado, mas, na visão de Arthur Elias, ainda há muita coisa a ser feita. “Hoje, nós temos um calendário melhor, com duas divisões do Campeonato Brasileiro e Campeonato Estadual. Mas, na minha opinião, o que falta é o investimento na formação das jogadoras. Precisamos desenvolver no Brasil uma cultura de estímulo às garotas, para que elas comecem a jogar futebol desde cedo, nas escolas. Só assim teremos um futebol feminino forte.”

Após a vitória na histórica estreia contra o São Francisco-BA, o Corinthians volta a campo pelo Campeonato Brasileiro feminino na próxima quarta-feira, às 15h (de Brasília), contra o São José, em São José dos Campos. O jogo será válido pela segunda rodada da competição nacional.

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