Épico, gol de Romarinho na Bombonera completa 7 anos: ‘Ele é muito frio… Foi impressionante’ 

  • Por Jovem Pan
  • 27/06/2019 11h00 - Atualizado em 27/06/2019 11h06
Robson Fernandes/Estadão Conteúdo O primeiro toque na bola de Romarinho em uma Libertadores foi o do gol na final da competição contra o Boca Juniors

O cronômetro aponta 39 minutos e 47 segundos. Do segundo tempo. Com desvantagem de um gol no placar, Paulinho arranca e toca para Emerson Sheik. O atacante gira com categoria e, esbanjando visão de jogo, descola um lindo passe em profundidade. Como um raio, um jovem de 21 anos, com camisa de mesmo número, desprende-se da marcação rival, recebe cara a cara com Orion e não pestaneja. Ignora o fato de estar jogando em um dos estádios mais hostis do mundo, na partida de ida da final do torneio mais cobiçado do continente e, com uma frieza que beira a irresponsabilidade, faz o improvável: tira da cartola uma inesperada cavadinha e cala a Bombonera. 

Golaço. Do Corinthians. 

O lance que instantaneamente eternizou Romário Ricardo da Silva na história do clube mais popular de São Paulo completa sete anos nesta quinta-feira. E diz muito sobre a personalidade do atacante de 28 anos, que há cinco desfila o seu talento no Oriente Médio 

A frieza e ousadia de Romarinho, que acabara de entrar em campo e dera o seu primeiro toque na bola exatamente naquela destemida finalização ao gol do Boca Juniors, acompanham o atleta independentemente das circunstâncias. Seja na Bombonera ou no quintal de casa, em uma final de Libertadores ou na pelada com os amigos, o jogador é assim… Completamente alheio à tensão que cerca qualquer disputa envolvendo futebol. 

“Ele não sente pressão, até pela característica que tem, né? É um jogador muito frio, que não sente o jogo… A bola cai no pé dele e, pouco tempo depois, sai coisa boa. Não tem como! Tem uma qualidade técnica acima da média“, afirma Marcelo Veiga, em entrevista exclusiva ao repórter André Ranieri, da Rádio Jovem Pan. 

 

Veiga foi o treinador de Romarinho no Bragantino, último clube pelo qual o atleta jogou antes de se transferir ao Corinthians, em junho de 2012. “A gente estava concentrado para jogar contra o São Caetano, chegamos ao estádio, e o presidente me comunicou: ‘ó… o Romarinho foi vendido, e o Corinthians quer que ele se apresente na quinta-feira. Você acha melhor escalá-lo pra jogar?’. Eu falei que não, e ele não jogou. Aí, num domingo, ele estreou contra o Palmeiras e fez gol, e poucos dias depois, entrou contra o Boca na Bombonera e fez o gol. Foi impressionante”, relembra. 

A frigidez de Romarinho, no entanto, por vezes passava do ponto e se transformava em uma perigosa inércia dentro de campo. Marcelo Veiga ressalta que precisou se desdobrar muito para corrigir alguns defeitos do então jovem atacante em seus primeiros passos nos profissionais.  

Quando ele chegou ao Bragantino, era muito preguiçoso em relação à recomposição, à parte tática… Eu peguei muito no pé dele. Quando ele foi ao Corinthians, eu até falei pro pessoal de lá pegar no pé dele, porque ele era danado pra recompor. Mas o Tite pegou a manha dele rápido, e ele virou um dos destaques do time. Ele é um jogador muito técnico, bom de bola, mesmo, exalta. 

Exatos sete anos depois do gol mais marcante da carreira, Romarinho segue aprontando das suas. Hoje no Al-Ittihad, da Arábia Saudita, ele soma 80 gols em 166 jogos desde que deixou o Corinthians, em setembro de 2014. Teve gol de falta, de cavadinha (é claro), fazendo fila, no ângulo e até diante do Real Madrid, na semifinal do Mundial de Clubes de 2017. Definitivamente, trata-se de um jogador diferente…

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