Ex-PM acusado por chacina no Pavilhão 9 é condenado a 149 anos de prisão

  • 28/06/2019 22h00
Divulgação Rodney invadiu a quadra "com a intenção de matar uma das vítimas, com quem tinha uma desavença pelo controle do tráfico de drogas na região"

Depois de dois dias de julgamento, o 5º Tribunal do Júri da Capital condenou nesta sexta-feira (28) o ex-policial militar Rodney Dias dos Santos a 149 anos e quatro meses de reclusão, em regime inicial fechado, como um dos responsáveis pela chacina praticada na quadra da torcida organizada Pavilhão Nove, do Corinthians, em abril de 2015.

De acordo com a acusação, Rodney invadiu a quadra “com a intenção de matar uma das vítimas, com quem tinha uma desavença pelo controle do tráfico de drogas na região”. Informações divulgadas pelo Tribunal de Justiça de São Paulo afirmaram que, “para garantir sua impunidade, (Rodney) matou todos que lá estavam presentes após participarem de um torneio de futebol e um churrasco de confraternização”.

Em sua sentença, a juíza Giovanna Christina Collares destacou o fato de que “a personalidade do réu demonstra o seu absoluto desvalor à vida humana, ante a frieza com que os crimes foram cometidos, pois as vítimas foram executadas com tiros na nuca”. Cabe recurso da decisão.

O caso

Rodney e o policial militar Walter Pereira da Silva Junior foram presos acusados de matar oito pessoas durante um churrasco de confraternização da Pavilhão 9. Walter, no entanto, foi impronunciado pela Justiça em dezembro de 2017, que concluiu que não havia provas ou indícios suficientes para afirmar a sua autoria.

Na ocasião, três pessoas entraram armadas na sede da torcida organizada. Doze torcedores ainda estavam no local. Quatro conseguiram fugir, mas os demais foram obrigados a se ajoelhar e, depois, a se deitar no chão. Todos foram executados. Sete morreram no local. A oitava vítima chegou a ser socorrida, mas morreu no hospital. O terceiro criminoso não foi identificado.

Segundo a denúncia, Rodney, que também seria um membro da organizada, teria desavenças com Fábio Neves Domingos, que estava presente no local, por disputa na venda de entorpecentes na região do Ceasa e por problemas na gerência da Pavilhão 9. Os demais teriam sido mortos porque reconheceram os atiradores.

Além de Fábio, na ação foram mortos Ricardo Júnior Leonel do Prado, André Luiz Santos de Oliveira, Matheus Fonseca de Olivera, Jhonatan Fernando Garzilla Massa, Jonathan Rodrigues do Nascimento, Marco Antônio Corassa Junior e Mydras Schimidt Rizzo.

* Com informações do Estadão Conteúdo

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