Narrador italiano diz que é um ‘desgosto ver mulher’ na arbitragem e causa revolta

  • Por Jovem Pan
  • 25/03/2019 15h45 - Atualizado em 25/03/2019 15h57
Reprodução Twitter Annalisa Moccia trabalhou como auxiliar na partida entre Sant'Agnello e Agropoli, pela quinta divisão do Campeonato Italiano

O narrador Sergio Vessicchio da emissora “Canale Cinque TV”, da Itália, fez comentários machistas durante o primeiro tempo confronto entre Sant’Agnello e Agropoli, pela quinta divisão do campeonato nacional, contra a auxiliar Annalisa Moccia, que provocaram grande indignação no país nesta segunda-feira (25).

O narrador disse que era um “desgosto” ver uma mulher trabalhando naquela partida: “É um desgosto ver mulheres que se tornam árbitras em um campeonato no qual os clubes investem milhares de euros. É uma piada a Federação (de Futebol Italiana) permitir algo assim, algo imprestável em um campo de futebol”, afirmou.

As declarações não passaram despercebidas pela Ordem dos Jornalistas da Itália, órgão que representa os jornalistas no país, que cassou de forma imediata o registro de jornalista de Vessicchio. Os comentários sexistas foram duramente criticados por Marcello Nicchi, presidente da Comissão de Arbitragem Italiana, através de um comunicado oficial.

“Fico sem palavras pelas inqualificáveis e discriminatórias frases usadas pelo jornalista Sergio Vessicchio, narrador esportivo de uma televisão local, sobre a nossa árbitra Annalisa Moccia, só por ser uma mulher. Envio a minha total solidariedade e a de todos os árbitros italianos a Annalisa e todas as nossas árbitras pela contribuição que dão diariamente à nossa categoria”.

Vessicchio teve seu registro de jornalista cassado pela Ordem dos Jornalistas da Itália

Apesar da repercussão negativa, Vessicchio defendeu a sua posição no Twitter: “Acredito pessoalmente que tornar as mulheres árbitras no futebol é errado por muitas razões, por isso confirmo a minha ideia. Por que todos estes moralistas não lutam para que as mulheres joguem junto com os homens? Esta é a verdadeira discriminação”, escreveu.

O caso já está sendo investigado pelo Departamento para a Igualdade de Oportunidades do Conselho de Ministros Italiano. A Comissão de Arbitragem Italiana informou que tomará medidas jurídicas para defender “a imagem” das árbitras.

Com informações de Agência EFE

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