‘Rei’ na Arábia, brasileiro supera Rivellino e ganha de Iphone de ouro a leão de verdade

  • 07/11/2018 11h00 - Atualizado em 07/11/2018 11h19
Montagem sobre fotos/Reprodução O meia-atacante Carlos Eduardo tem cinco títulos, mais de 50 gols e o status de ídolo no Al-Hilal

Carlos Eduardo de Oliveira Alves deixou o Brasil cedo, ainda aos 19 anos. Revelado pelo modesto Desportivo Brasil, clube do interior de São Paulo especializado em categorias de base, o meia-atacante passou por Ituano, Grêmio Barueri e Fluminense antes de cruzar o Atlântico. Na Europa, jogou por Estoril, de Portugal, e Nice, da França. Foi na Arábia Saudita, no entanto, que viu a sua vida mudar do dia para a noite.

Contratado pelo Al-Hilal por R$ 30 milhões em 2015, o paulista de Ribeirão Preto faz história e já ostenta o status de “rei” no país cuja monarquia absolutista conta com príncipes e xeques. Foram cinco títulos conquistados e mais de 50 gols anotados pelo clube árabe, marcas que o colocam acima até de Roberto Rivellino, tricampeão mundial com a Seleção Brasileira e atleta do Al-Hilal de 1979 a 1981.

Carlos Eduardo não consegue andar pelas ruas de Riyadh sem ser tietado. E a idolatria junto ao público se reflete na relação com os dirigentes. O meia-atacante de 29 anos ganhou 10 mil riads (cerca de R$ 93,5 mil) de um xeque quando balançou as redes pela primeira vez pelo Al-Hilal e foi presenteado com um Iphone de ouro personalizado com o próprio nome quando marcou o gol do título da Copa do Rei, em maio de 2017.

Até mesmo um leão (sim, um animal de verdade) foi entregue em sua residência pelo príncipe por causa de seu desempenho no clube mais poderoso da Arábia Saudita. Nesse caso, no entanto, o brasileiro teve de agradecer, mas recusar o “mimo”, pela impossibilidade de mantê-lo em casa.

“Vida é normal”

Apesar da rotina de “popstar”, Carlos Eduardo diz levar uma “vida normal” na Arábia Saudita. As dificuldades provocadas pelas diferenças culturais, de acordo com o brasileiro, foram superadas com o passar do tempo.

“A vida aqui é normal para mim”, afirmou o jogador, em entrevista exclusiva ao locutor Fausto Favara, da Rádio Jovem Pan. “Já estou indo para o quarto ano na Arábia Saudita e vivo uma vida tranquila. É claro que há algumas restrições por causa da cultura, mas levo tudo numa boa. Não tem muita coisa de diferente, não.”

Foi o nível do futebol árabe, hoje experimentado por Fábio Carille, que surpreendeu Carlos Eduardo. “Quando eu aceitei vir para a Arábia, não sabia que o futebol repercutia tanto por aqui. O futebol árabe me surpreendeu, porque eu não esperava encontrar essa qualidade. Eu vim da França, esperava um nível baixo, mas, quando cheguei, foi totalmente diferente. Há jogadores de muita qualidade. Até mesmo os locais. É muito diferente do Catar e dos Emirados Árabes Unidos, por exemplo. O nível aqui é muito bom. Tanto em nível de jogo, quanto de torcida e de infraestrutura. Eu me adaptei muito bem e estou muito feliz”, definiu.

A vontade de voltar ao País-natal, no entanto, existe. O meia-atacante revelou que já recebeu propostas de clubes brasileiros, entre eles o Corinthians, mas explicou que as negociações nunca se concretizaram por causa de questões financeiras. “Ou as ofertas não eram interessantes para mim, ou não eram legais para Al-Hilal”, justificou. “Mas eu tenho vontade de voltar ao Brasil, sim, porque saí muito cedo, com 19 anos. Hoje, acredito que, com mais experiência, seria interessante um retorno. Por enquanto, ainda tenho contrato por aqui. Mas tenho esse desejo, sim”, finalizou.

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