Hoje no Fortaleza, xodó de Ceni relembra ‘perrengue’ no São Paulo após passar em 1º no vestibular: ‘Estudava no avião’

  • Por Jovem Pan
  • 25/04/2019 17h58 - Atualizado em 25/04/2019 18h02
LC Moreira/Estadão Conteúdo Araruna foi emprestado pelo São Paulo e está jogando no Fortaleza desde março

Multicampeão na base, mas pouco utilizado entre os profissionais do São Paulo, Felipe Araruna está nas nuvens. “Xodó” de Rogério Ceni desde os tempos de Morumbi, o jovem de 23 anos ajudou o Fortaleza a conquistar o título cearense no último domingo, diante do Ceará, na Arena Castelão. Foi a primeira taça oficial erguida pelo jogador como profissional.

Emprestado ao Tricolor de Aço até o fim do ano, Araruna trocou de clube por indicação do ex-goleiro. Responsável por dar as primeiras chances ao atleta no time de cima do São Paulo, ainda em 2017, Ceni é admirador do volante que também joga como lateral. Não apenas pela versatilidade dentro de campo, mas também pela inteligência demonstrada longe das quatro linhas.

Basta trocar duas palavras com Araruna para perceber que se trata de um jogador diferente. Bem articulado, o jovem é, desde os tempos de Cotia, tido como exemplo para outros garotos que pretendem se arriscar no esporte mais popular do planeta. Filho de executivos, ele passou em primeiro lugar no vestibular e se preocupou em finalizar o curso de administração na FAAP (Fundação Armando Alvares Penteado) mesmo que, para isso, tenha vivido um “perrengue” nos primeiros anos como profissional.

“Foi bem difícil”, admitiu, em entrevista exclusiva ao repórter André Ranieri, da Rádio Jovem Pan. “Nos últimos dois anos de curso, eu já estava jogando no profissional do São Paulo… Então, foi bem complicado de conciliar. Às vezes, eu estudava em avião, concentração, lia alguns textos no celular… Precisei me desdobrar um pouco para conseguir me formar, mas tudo valeu a pena. Fiquei muito feliz de ter concluído o curso, porque a formação era uma coisa que eu gostaria de ter. Meus pais se orgulham disso, também”, acrescentou.

No clube paulista, Araruna nunca deslanchou. Em 2017, ano de estreia, disputou 23 partidas – a maior parte delas no Paulistão, quando Ceni ainda era o treinador. Na temporada seguinte, foram 15 atuações. Já em 2019, apenas quatro jogos até ser emprestado ao Fortaleza, após a queda do São Paulo na pré-Libertadores.

Há pouco mais de um mês na equipe nordestina, o jogador já se considera em casa. Muito, é claro, graças ao seu “padrinho”. “O Rogério é um ótimo treinador, muito inteligente taticamente, sabe conduzir o time muito bem. É o cara que me subiu no São Paulo, que me deu toda a confiança para jogar no profissional, que me ensinou muita coisa e que ainda me passa muita confiança”, elogiou.

“A gente muitas vezes conversa fora de campo, depois dos treinos. E não é só comigo… Com todos os jogadores, ele tem esse cuidado de tentar demonstrar o que pensa do jogo, de falar o que acha que o cara pode fazer de melhor. Ele é um cara que cobra muito nos treinos, e isso ajuda muito”, complementou.

Araruna já disputou sete jogos no novo time – quatro na Copa do Nordeste e três no Campeonato Cearense. Nos dois primeiros, foi escalado como lateral-direito – posição na qual mais foi utilizado no São Paulo. Nas últimas cinco partidas, no entanto, voltou a atuar como volante, sua função de origem.

“Foi muito bom para mim, porque eu voltei a ter a confiança que tinha no meio. Me senti muito feliz”, definiu. “O Rogério passa com clareza o que quer do time dentro de campo, e essa é uma virtude dele. Ele consegue mexer as peças da equipe sem perder qualidade, sem abandonar o plano de jogo. A gente vem tendo uma característica de um time mais ofensivo e tem dado certo”, finalizou.

Com Araruna ao menos entre os reservas, o Fortaleza vai estrear no Campeonato Brasileiro no próximo domingo, às 19h (de Brasília), contra o Palmeiras, no Allianz Parque. Será a primeira partida do clube nordestino na elite nacional depois de 12 anos.

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.