Chulapa “perdoa” Ganso e revela: “eu tinha vontade, mas não tinha coragem de agredir árbitro”

  • Por Jovem Pan
  • 21/02/2015 18h02
Flickr/Santos FC/ Pedro Ernesto Guerra Serginho Chulapa se diz orgulhoso da sua raça e critica racismo no Brasil

Maior artilheiro da história do São Paulo e conhecido pelas polêmicas e pelo perfil explosivo, Serginho Chulapa foi lembrado por Paulo Henrique Ganso na quarta-feira, depois da derrota do São Paulo contra o Corinthians, por 2 a 0, pela estreia da Libertadores.

“Aquilo não foi erro, foi roubo. Se tivesse o Serginho Chulapa no vestiário ele ia lá e batia no árbitro. Mas hoje em dia não pode mais isso no futebol. O que ele (árbitro) fez foi palhaçada. Ele tinha que sair de camburão daqui”, desabafou o meia, revoltado com o lance do segundo gol corintiano.

Em entrevista exclusiva à Radio Jovem Pan, Chulapa criticou a declaração, mas garantiu não estar magoado com o jogador, que foi lançado para o futebol profissional por Serginho, ainda no Santos.

“Ele foi infeliz. Foi no momento errado, e é ruim para carreira dele, mas não estou chateado. Apesar de me dar moral negativamente, continuo adorando ele, sem problema nenhum”, disse.

Apesar de sempre ser considerado um jogador polêmico, Serginho lembra que nunca, em 20 anos de futebol, agrediu um árbitro, mas revela: “eu tinha vontade, mas não tinha coragem”.

Se com juiz nunca houve agressão, o histórico do ex-jogador traz um lance inesquecível com um bandeirinha. Em 12 de fevereiro de 1978, o então atacante tricolor se revoltou com um gol anulado, aos 45 minutos do segundo tempo, e agrediu o bandeirinha Vandevaldo Rangel. “Eu era moleque, novo, empolgado, dei só um biquinho nele”, relembra.

O lance punição de 14 meses ao goleador (os advogados do São Paulo conseguiram reduzir a pena para 11 meses), e ele admite, em tom de brincadeira: “se soubesse, tinha arrancado a cabeça”.

Chulapa ainda destaca que a proximidade dos jogadores com os árbitros era maior antigamente – a ponto de saírem beber cerveja juntos -, e isso gerava maior respeito, assim como com a imprensa. “Não tinha essa frescura de hoje”. O atual membro da comissão técnica santista ainda destaca que, se a declaração de Ganso fosse com Dúlcídio Wanderley Boschilia (ex-árbitro), a situação seria diferente. “Dulcídio era Corinthians, o bicho ia pegar para ele”.

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