Para Tuma, Odebrecht deve danos materiais e morais ao Corinthians: “é uma questão de polícia”

  • Por Jovem Pan
  • 16/01/2018 14h47 - Atualizado em 16/01/2018 15h05
Reprodução / Facebook Romeu Tuma Júnior é um dos cinco candidatos que concorrem ao cargo de presidente do Corinthians

Candidato à presidência do Corinthians pela chapa “Democracia Corinthiana Participativa”, Romeu Tuma Júnior, de 57 anos, se posiciona como o mais radical entre os oposicionistas do grupo liderado por Andrés Sanchez. O advogado, ex-delegado, ex-deputado estadual pelo PTB e conselheiro vitalício do Corinthians liderou o movimento pelo afastamento do atual presidente Roberto de Andrade e tenta se eleger pela segunda vez.

Utilizar uma grande empresa para realizar a auditoria externa das contas do clube é uma das promessas da chapa liderada por Tuma, que também tem como objetivo renegociar as dívidas com a Odebrecht na construção da Arena Corinthians. Na visão do candidato, em entrevista exclusiva ao Esporte em Discussão desta terça-feira (16), é a construtora quem deveria pagar milhões ao clube.

“A questão da Arena é óbvia, é uma questão de polícia, infelizmente, eles levaram nosso nome para as páginas policiais. A Odebrecht fala que o Corinthians deve R$ 400 milhões para ela. A gente entende, através de uma auditoria que foi feita, que eles nos devem R$ 250 milhões por obras mal feitas ou obras não feitas. E ainda acho que tem mais uns R$ 150 milhões por danos morais”, afirmou o candidato, que vê o Corinthians prejudicado pela inclusão do nome da instituição entre os investigados na Lava Jato.

 

Para Tuma, o principal exemplo de obra inacabada é o estacionamento da Arena. O local não possui alvará de funcionamento e, por isso, só pode ser aberto nos dias de jogo, além de apresentar problemas estruturais que dificultam o acesso ao local, mesmo com a disponibilização de mais de 2500 vagas.

“Nós não temos um ‘rodoanel interno’, onde o carro entra e tenha uma saída, ele entra e sai pelo mesmo lugar, portanto, se você entrar, você só sai no fim do jogo, e ainda precisa o torcedor passar porque não tem uma passarela. Se a CET permitisse o funcionamento durante a semana, o Corinthians poderia alugar para os frequentadores das estações de metrô, além de outras empresas da redondeza. Isso daria uma renda absurda ao Corinthians”, afirmou Tuma. Na conta do candidato, o valor total que a Odebrecht deveria pagar ao clube é igual ao que a construtora está cobrando.

“No total, isso dá os mesmos R$ 400 milhões que eles acham que nós devemos. Então devemos sentar com a Odebrecht e falar ‘vocês estão fora, é zero a zero’”, declarou o candidato.

No futebol, está em pauta na plataforma de governo de Tuma o retorno do “terrão” como peneira para clube e a modernização do futebol de base. Quanto ao time profissional, o advogado garante que não fará intervenções ou mudanças na atual comissão técnica, nem faria contratos com duração de apenas seis meses, como foi feito no retorno de Emerson Sheik, confirmado na última segunda-feira (15).

“É preciso lembrar que o Corinthians disputa neste ano o Paulista, que acaba no primeiro semestre, mas a Libertadores, Copa do Brasil e Brasileiro, todos terminam no fim do ano. Vi, pela imprensa, que o contrato dele é até julho. Com três torneios importantes em disputa, eu não faria um contrato em julho com ninguém, nem com o Pelé”, afirmou Tuma.

Tuma ainda comentou sobre as outras candidaturas à presidência. Além do ex-delegado, também entraram na disputa ao cargo Andrés Sanchez, Felipe Ezabella, Paulo Garcia e Antônio Roque Citadini, que teve sua candidatura impugnada pela comissão eleitoral do clube. Otimista, Romeu Tuma crê que apenas três candidatos estarão no pleito do dia 3 de fevereiro e que ele é o favorito na eleição.

“Eu tenho certeza que eu chego e ganho. Eu acho que no máximo três candidaturas estarão na disputa. É difícil avaliar sob hipóteses, até porque temos posições que a comissão precisa tomar. Eleição é uma coisa muito complicada, a gente vai vivendo retratos de momento. Todos os candidatos são potencialmente fortes, todos eu respeito. A gente tem que trabalhar, tenho muita confiança na nossa candidatura. Eu tenho confiança de que vou chegar lá, mas não menosprezo nenhuma das candidaturas, todo mundo que chegar, chega com força”, finalizou.

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