‘Poderíamos ter jogado a Copa América com um time mais jovem’, diz ex-braço-direito de Dunga

  • Por Jovem Pan
  • 20/06/2019 16h06 - Atualizado em 20/06/2019 16h08
Rafael Ribeiro / CBF Reprodução/CBF Gilmar Rinaldi foi o coordenador da Seleção Brasileira entre 2014 e 2016

Antecessor de Edu Gaspar na coordenação da Seleção Brasileira, Gilmar Rinaldi está aposentado, afastado do futebol há pelo menos três anos. Isso, porém, não impede o ex-goleiro de palpitar sobre os rumos da equipe verde-amarela. Em entrevista exclusiva a Nilson Cesar que vai ao ar no próximo sábado, na Rádio Jovem Pan, Gilmar, que foi tetracampeão mundial em 1994 e braço-direito de Dunga na CBF entre 2014 e 2016, destacou as dificuldades enfrentadas por Tite para achar um time-base durante a renovação da Seleção e aproveitou para dar uma “conetada”. Para ele, o treinador poderia teria sido mais ousado e convocado jogadores mais jovens para a disputa da Copa América.

“Sempre que vai disputar uma competição, o Brasil entra como favorito e com a obrigação de ganhar. Ponto. Sempre foi e sempre será assim. Mas isso não é nenhuma tragédia… Nós estamos em um momento de renovação. Para mim, inclusive, poderíamos ter jogado essa Copa América com um time mais jovem do que esse, porque o objetivo é o de preparar para as Eliminatórias e para Copa do Mundo”, opinou. “Porém, como jogamos no Brasil e temos essa obrigação de ganhar, acredito que eles tenham buscado jogadores com mais experiência que, ao longo do tempo, vão deixar espaço para os mais jovens serem protagonistas”, acrescentou.

A Seleção Brasileira é a quinta mais velha da atual edição da Copa América. Com média de idade de 27,3 anos, é mais nova apenas que Chile (28,6), Paraguai (27,6), Argentina (27,4) e Equador (27,4). Ao todo, Tite convocou 14 jogadores que estiveram na Copa do Mundo de 2018, na Rússia – o dobro do que ocorreu há quatro anos, quando Dunga e o próprio Gilmar chamaram apenas sete remanescentes do Mundial de 2014 para a Copa América do ano seguinte, no Chile.

“Para mim, o que o Tite está enfrentando nessa Copa América são as dificuldades de se formar um time-base durante uma renovação”, analisou Rinaldi. “Há uma mescla entre alguns jogadores que não devem participar da próxima Copa do Mundo, mas que servem como base para uma equipe, e alguns jovens que vão iniciar um caminho para se firmar na Seleção. Eu acho que é somente ao longo da Copa América e das Eliminatórias que nós vamos montar realmente o time que disputará a Copa do Mundo do Catar”, acrescentou.

Há dois anos, também em entrevista exclusiva à Jovem Pan, Gilmar relembrou o trabalho na Seleção e disse que “pagou um preço” pela CBF e pelo 7 a 1. Ele ficou praticamente dois anos na entidade, após a Copa de 2014, e foi demitido junto com Dunga, abrindo espaço para as chegadas Tite e Edu Gaspar em junho de 2016.

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