Presidente do Fortaleza rechaça demitir Ceni em caso de oscilação na Série A: ‘Quem seria melhor do que ele?’

  • Por Jovem Pan
  • 26/04/2019 11h43 - Atualizado em 26/04/2019 12h05
João Dijorge/PhotoPress/Estadão Conteúdo O Fortaleza adotou ações comerciais para estimular a entrada de receitas durante a pandemia do novo coronavírus

“É uma realidade totalmente diferente. A Série A está em um nível muito acima da Série B. A nossa disputa é muito clara, muito transparente, e temos passado essa mensagem insistentemente para os nossos torcedores… O nosso objetivo é permanecer na Série A para 2020. Este será o nosso título.”

As conquistas da Série B e do Campeonato Cearense em um intervalo de menos de seis meses surpreenderam, é verdade, mas não distorceram o planejamento de Marcelo Paz. Ciente do tamanho do desafio que será voltar a disputar a elite do futebol brasileiro após 12 anos, o presidente do Fortaleza concedeu entrevista exclusiva a Bruno Prado, da Rádio Jovem Pan, e se mostrou preocupado em frear a empolgação de torcedores e veículos de imprensa antes da competição nacional.

“É claro que se tiver alguma coisa a mais, uma vaga na Sul-Americana, por exemplo, será espetacular, mas se trata de uma competição muito longa, de grandes deslocamentos, que exige elenco… Com o orçamento que temos, menor em relação aos concorrentes, se nos mantivermos na elite, estaremos muito felizes a nível de projeto”, afirmou.

A consciência é notória. E se aplica, também, ao que o dirigente pensa a respeito de Rogério Ceni. Sensação do futebol brasileiro nos últimos meses, o novato treinador recebeu proposta do Atlético-MG, mas recusou e decidiu permanecer no Fortaleza para a disputa da Série A. Muitos questionaram a decisão do ex-goleiro, argumentando que, no clube nordestino, Ceni não lutaria na parte de cima da tabela e, consequentemente, teria o cargo mais ameaçado. Mas Paz é firme.

“Eu não tenho a menor dúvida de que quero o Rogério como treinador do Fortaleza até o fim do ano pelo menos”, disparou. “Eu quero é mais, né? Se ele quiser, a gente renova por mais tempo. Eu não vejo nenhum sentido em troca de comando. Se eu tirar o Rogério, vou trazer quem? Quem vai fazer um trabalho melhor do que ele, que montou o elenco, que tem uma filosofia de trabalho, que nós, inclusive, montamos estruturalmente o clube para atender às necessidades da forma como ele trabalha? Eu não tenho a menor intenção de que isso aconteça. A melhor forma de o Fortaleza conquistar os seus objetivos é mantendo o Rogério mesmo que, durante o ano, tenhamos oscilações, e certamente iremos ter”.

O trabalho do treinador, bicampeão em pouco mais de um ano no cargo, tem encantado o dirigente. “O Rogério é um excelente técnico. Eu tenho certeza absoluta de que ele será um dos melhores treinadores do futebol brasileiro, porque tem inúmeras virtudes que o credenciam a isso”, exaltou. “Ele é um cara extremamente focado no trabalho, profissional, estudioso, detalhista, metódico, conhece de futebol nas suas mais diversas nuances… E eu não estou nem falando só de campo. Ele conhece de fisiologia, de medicina esportiva, de logística, de qualidade de gramado… É um cara completo. No que depender de mim, pretendo que ele fique no Fortaleza por muito tempo”, finalizou.

Atual campeão da Série B, o Fortaleza vai estrear no Campeonato Brasileiro no próximo domingo, às 19h (de Brasília), contra o Palmeiras, no Allianz Parque. Será a primeira partida do clube nordestino na elite nacional depois de 12 anos.

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