Ricardo Gomes reprova atitude de Cuca, mas nega técnico sob pressão

  • Por Estadão Conteúdo
  • 29/08/2018 19h00 - Atualizado em 29/08/2018 19h19
Ivan Storti/Santos FC Cuca orienta jogadores do Santos na partida contra o Independiente, no Pacaembu

Na programação inicial do Santos nesta quarta-feira (29) o técnico Cuca e o presidente José Carlos Peres concederiam entrevista ao final da tarde, após o treino do elenco, que aconteceu no CT Rei Pelé. No entanto, a assessoria de imprensa do clube informou que Peres ficou preso no trânsito, na subida da Serra, e a coletiva foi adiada.

Nos bastidores a informação era de que Cuca teria recusado falar novamente no dia seguinte à eliminação para o Independiente, no Pacaembu, em um duelo que terminou aos 36 minutos do segundo tempo depois que torcedores atiraram bombas em direção ao gramado e entraram em confronto com a polícia.

Quem apareceu para tentar colocar panos quentes e acalmar o clima tenso no Santos foi o diretor de futebol Ricardo Gomes. O dirigente negou qualquer empecilho com o treinador. “Não é verdade (Cuca ter se recusado). Amanhã (quinta-feira) chega o Cuca com o presidente. Estou aqui para dar uma força a vocês que ficaram esperando”, justificou Ricardo Gomes na sala de imprensa.

No entanto, aproveitou para discordar de suas declarações. Cuca comentou que o clube precisa melhorar questões internas e estruturais. “Conheço bem como é o técnico de cabeça quente. Foi uma entrevista sincera. Não concordo com o que ele disse”.

“Conversei com o Cuca sobre isso, o resultado aconteceu. Foi um dia para esquecer. O Santos ainda vai enfrentar a punição da Conmebol. A minha parte é a esportiva. Mas não há uma pressão jurídica. O treinador faz o que ele quiser em qualquer situação. O Cuca não passa por essa pressão”, afirmou.

O Santos empatou com o Independiente por 0 a 0 no jogo de ida, na Argentina. No entanto, antes da partida de volta, a Conmebol julgou e considerou o clube culpado por escalar de maneira irregular o volante Carlos Sánchez. Como punição, a entidade alterou o placar do primeiro jogo para 3 a 0. O Santos não conseguiu reverter essa desvantagem e empatava em gols quando começou a confusão.

O descuido extra-campo ocasionou a demissão do funcionário Felipe Nóbrega, que teria como responsabilidade a inscrição e verificação dos nomes dos jogadores nas competições. Ricardo Gomes se esquivou sobre essa decisão. “Não posso responder sobre o funcionário demitido. Sobre o Sánchez: ele foi notificado. Isso está no procedimento. Sinceramente não posso responder hoje, estamos em pesquisa”.

Outra polêmica que o dirigente tentou contornar foi sobre a entrevista coletiva do garoto Rodrygo, que defendeu a postura dos torcedores, que quebraram cadeiras, derrubaram grades e tentaram invadir o campo. “Não tive nenhuma conversa com o Rodrygo. Ele tem a liberdade, vai ter uma grande carreira. Temos outras coisas para conversar. Falamos só de futebol”, minimizou.

A queda na Libertadores e os bastidores tumultuado do clube podem ainda derrubar o presidente Peres do cargo. No próximo dia 10 de setembro haverá reunião do Conselho Deliberativo e na pauta há dois pedidos de impeachment.

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