Polícia conclui inquérito sobre assassinato do jogador Daniel

  • Por Jovem Pan
  • 21/11/2018 21h00 - Atualizado em 21/11/2018 21h19
Divulgação Polícia Civil Paraná Delegado Amadeu Trevisan encerrou inquérito policial sobre morte do jogador Daniel depois de 25 dias

Depois de 25 dias de investigações, o inquérito policial que apura o assassinato brutal do jogador Daniel foi concluído pela Delegacia de São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba, e entregue ao Ministério Público para dar continuidade à denúncia nesta quarta-feira (21).

Durante as investigações, 21 pessoas foram ouvidas pelo delegado Amadeu Trevisan, entre elas amigos, testemunhas e familiares. Sete foram delas presas suspeitas de envolvimento no crime contra o ex-jogador do São Paulo, Botafogo e Coritiba. Edison Brittes Júnior foi considerado o principal suspeito do assassinato — ele confessou ter matado o jogador.

O empresário Edison Brittes alegou que Daniel teria tentado estuprar sua mulher, Cristina Brittes, também presa. Para o delegado, a afirmação dele é falsa: “Ninguém na casa ouviu os gritos de uma mulher sendo estuprada, o que seria normal, natural de uma reação diante de uma agressão dessa natureza”, disse em entrevista coletiva, nesta quarta.

“Ele é psicopata, doente, devido a forma que ele agiu, com frieza, com ausência de remorso. Ele mata, volta para a casa, manda limpar e pede para que façam um strogonoff para ele. E ele se alimenta depois de tudo aquilo que praticou”, afirmou.

Durante a entrevista, o delegado deu detalhes do assassinato do jogador, de acordo com os depoimentos das testemunhas. Trevisan relatou que Daniel morreu apenas na zona rural de São José dos Pinhais, onde seu corpo foi encontrado no dia 27 de outubro. E que a vítima ouviu a própria “sentença de morte”.

“Daniel morreu aos poucos. Ele começou apanhando no quarto, depois na calçada e, quando falo isso se trata de tortura. Tanto que ele se afoga no sangue quando é levado para o carro. Depois, levou pelo menos mais uma hora até chegar ao local onde foi esquartejado e degolado”, afirmou.

Das sete pessoas presas suspeitas de envolvimento no crime, quatro serão indiciadas pelo assassinato, já que saíram da residência de Edison Brittes sabendo da intenção do empresário de matar o jogador: “Pelo menos quatro pessoas espancaram um atleta de porte pequeno, que estava totalmente embriagado, sem condições de defesa”, enfatizou o delegado.

Por fim, Trevisan disse que o Ministério Público pediu sigilo sobre o relatório final do inquérito entregue por ele nesta quarta – o documento, com mais de 370 páginas, reúne os depoimentos dos envolvidos, fotos, vídeos, áudios, diligências e relatórios policiais. Nesta quinta-feira (22), laudos do IML serão finalizados e anexados ao processo.

Indiciados

Os sete suspeitos de envolvimento no crime contra Daniel foram indiciados por diferentes crimes, que vão desde homicídio qualificado, fraude processual, ocultação de cadáver, lesões graves a coação de testemunhas.

– Edison Brittes, que confessou ter assassinado o jogador, vai responder por homicídio qualificado e ocultação de cadáver;

– Eduardo da Silva, que acompanhou Edison no carro que levou Daniel a zona rural de São José dos Pinhais, será indiciado por homicídio qualificado e ocultação de cadáver;

– Ygor King, que também estava no carro em que Daniel foi levado, vai responder por homicídio qualificado e ocultação de cadáver;

– David Willian da Silva, namorado de Allana e que também acompanhou os demais no carro, será indiciado por homicídio qualificado e ocultação de cadáver;

– Cristiana Brittes, esposa de Edison, vai responder por coação de testemunha e fraude processual;

– Allana Brittes, filha de Edison e Cristiana, será indiciada por coação de testemunha e fraude processual;

Eduardo Purkote, filho de políticos de São José dos Pinhais e que teria participado das agressões contra Daniel, vai responder por lesões graves.

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