Rivellino vê tudo errado na Seleção: “seria até bom ficar fora da Copa”

Tricampeão mundial com a Seleção Brasileira em 1970, Roberto Rivellino não está nada satisfeito com a atual situação do time verde e amarelo. Em entrevista a Nilson César e Fausto Fávara, da Rádio Jovem Pan, o ex-jogador não poupou críticas ao selecionado nacional e afirmou que um possível vexame inédito nas Eliminatórias para o Mundial da Rússia não seria tão ruim assim para o futebol brasileiro.

“Se o Brasil ficar fora da Copa de 2018, até que seria bom de uma certa forma, para pensar no que está errado. Porque está tudo errado”, sustentou Rivellino. “Depois do 10 a 1, que foram os sete da Alemanha mais os três da Holanda, está tudo errado. Poxa, o que que está acontecendo? Vamos reestruturar o futebol brasileiro, voltar às nossas origens, resgatar as nossas qualidades...”, pediu o ídolo de Corinthians e Fluminense, antes de admitir: “mas acho que seria muito difícil a Seleção não se classificar para o Mundial“. 

Depois de quatro rodadas, a Seleção Brasileira ocupa a terceira posição das Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa de 2018 – quatro seleções se classificam diretamente para o Mundial da Rússia. Até aqui, o time comandado pelo técnico Dunga venceu Peru e Venezuela, empatou com a Argentina e perdeu para o Chile. Mas, para Rivellino, muita coisa ainda precisa ser melhorada. 

“A situação atual não me agrada. Há jogadores como o Thiago Silva, por exemplo, que foi eleito três vezes o melhor zagueiro da Europa, é um baita defensor, foi capitão no Milan, no Paris Saint-Germain, e não é convocado. Minha zaga seria ele e o Miranda”, criticou. “Outro é o Marcelo, que vem sendo muito questionado, mas não é utilizado da maneira certa dentro da Seleção. Ele é titular e já jogou até como capitão do Real Madrid. Então está tudo errado”, acrescentou. 

“Depois daquela vergonha em 2014, a gente achava que haveria uma reestruturação, que o novo treinador seria o Tite, mas não, veio o Dunga. Nada contra, mas ele só está preocupado com os resultados, em ganhar os jogos. Ele não está preocupado em voltar às origens, mostrar o futebol brasileiro. Para ele, se vencer todas as partidas por 1 a 0, está de bom tamanho”, opinou Rivellino, que encerrou arriscando os motivos que levaram Dunga ao comando da Seleção após a Copa do Mundo no Brasil: “politicagem e interesse”.