Tite afirma que não irá se encontrar com Bolsonaro em 2019: ‘minha atividade não se mistura’

  • Por Jovem Pan
  • 04/12/2018 18h15 - Atualizado em 04/12/2018 18h23
Lucas Figueiredo/CBF Tite participa do curso Licença Pro, mais alta graduação oferecida a treinadores no Brasil e organizado pela CBF Academy, em Teresópolis, no Rio de Janeiro

O encontro de técnicos e jogadores da Seleção com presidentes da República, especialmente após a conquista de títulos, é algo comum no futebol brasileiro. Ou era. Nesta terça-feira (4), Tite voltou a falar sobre o assunto e afirmou que, caso surja um convite no próximo ano antes ou depois da Copa América, não se encontrará com o presidente eleito Jair Bolsonaro.

De acordo com o treinador, a sua atividade “não se mistura” com política e ele não se sentiria “confortável” com um encontro com o político. Este ano, inclusive, Tite já deu demonstrações de sua posição, ao não levar a delegação brasileira para Brasília antes da viagem à Rússia, para a disputa da Copa do Mundo.

Agora, o treinador já avisou que pretende se manter afastado do Palácio do Planalto também em função da Copa América, mesmo ela sendo realizada no Brasil. “Não (vou me encontrar com o presidente). Eu continuo com a mesma opinião. Não. A minha atividade não se mistura e eu não me sinto confortável em fazer essa mistura. Não”, insistiu.

A declaração foi dada enquanto Tite respondia a um questionamento de jornalistas sobre qual era a sua opinião sobre a participação de Bolsonaro na festa do título do Palmeiras, no último domingo. O treinador participa do Licença Pro, mais alta graduação oferecida a treinadores no Brasil e organizado pela CBF Academy, em Teresópolis, no Rio de Janeiro.

O treinador não quis dar uma resposta direta, mas deu a entender que discordava da presença do presidente eleito no momento da entrega da taça ao campeão do Campeonato Brasileiro. “Eu tenho opinião, mas não quero opinar, não devo opinar. Sei da minha posição, não quero”, desconversou Tite.

Após um repórter insistir com a pergunta e indagar se aquele momento não deveria ser de festa exclusiva de jogadores e dirigentes, o treinador da Seleção respondeu que “tu estás fazendo uma pergunta em que está implícita a resposta”.

Tite foi além. Segundo ele, não se deve misturar futebol e política porque o esporte “é um meio que viabiliza princípios e uma série de outra escala de valores éticos, morais, competitivos”. “Então, da minha parte, não (misturo). Do outro, eu respeito”.

Com informações de Agência Estado

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