Tribunal afasta Villar da presidência da Federação Espanhola após prisão

  • Por Estadão Conteúdo
  • 25/07/2017 18h13
EFE Ángel Maria Villa ocupou a presidência da Real Federação Espanhola de Futebol por 30 anos

Uma semana após sua prisão em uma investigação de corrupção, Ángel Maria Villar viu o seu reinado de três décadas à frente da Real Federação Espanhola de Futebol chegar ao fim nesta terça-feira, quando ele foi suspenso e afastado da presidência da entidade.

Villar, um dos vice-presidentes da Fifa, foi detido, assim como seu filho Gorka Villar e outros dois dirigentes do futebol na semana passada. Sem ver sinais de que ele estava disposto a abandonar o cargo que ocupou desde 1988, o governo espanhol decidiu removê-lo na tentativa de limitar o dano causado ao esporte nacional.

A principal autoridade esportiva do país, o Conselho Superior de Esporte, reuniu-se nesta terça-feira em Madri e decidiu suspender Villar por um ano, aguardando o resultado da investigação que balançou o futebol espanhol. Os documentos do tribunal indicam que, além dos fundos desviados, Villar supostamente corrompeu várias federações regionais, oferecendo favores em troca de votos.

O presidente do conselho, José Ramon Lete, disse que o conselho de 14 membros votou por unanimidade para suspender Villar e o vice-presidente de relações econômicas da federação Juan Padron, também preso na “Operação Soule”. Lete disse que as suspensões de um ano poderiam ser revisadas “dependendo dos fatos que surgirem”. A federação realizará uma assembleia geral nesta quarta-feira para determinar como vai seguir sem o seu presidente.

O escândalo também tem repercussões para o futebol além das fronteiras da Espanha. Além do seu importante papel na Fifa, Villar é também vice-presidente da Uefa e está no coração de ambos os órgãos desde a década de 1990. Ele trabalhou perto de dirigentes que já foram indiciados pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos, e foi apontado em relatório como tendo conduta questionável no processo de definição de sedes da Copa do Mundo.

Villar teve negado um pedido de fiança na última quinta-feira, com o juiz do tribunal nacional Santiago Pedraz citando os risco de o dirigente viajar para deixar o país depois de detalhar como ele supostamente desviou fundos privados e públicos “pelo menos desde 2009.”

Os promotores também suspeitam que Villar usou os direitos de transmissão de jogos da seleção espanhola para garantir benefícios econômicos ao filho Gorka, que já trabalhou para a Conmebol.

Íñigo Méndez de Vigo, ministro da educação, cultura e esporte e porta-voz do governo federal, disse que o governo está preparado para assumir o controle das operações da federação, de modo que o futebol no país não seja prejudicado pelo escândalo.

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