Jamil Chade acredita que só reforma mudará a Fifa: “tanto faz o presidente”

  • Por Jovem Pan
  • 27/11/2015 14h35
Facebook/Reprodução Jamil Chade

O jornalista Jamil Chade passou os últimos meses cobrindo a crise de corrupção na Fifa e se tornou um profundo conhecedor da entidade. Colaborador da Rádio Jovem Pan, o autor do livro “Política, propina e futebol” participou do programa Esporte em Discussão desta sexta-feira (27) e falou sobre as perspectivas da entidade que comanda o futebol mundial. Segundo ele, não adianta apenas a troca de presidente com a renúncia de Joseph Blatter.

“Se não houver uma reforma na Fifa, se não refinar a Fifa, tanto faz quem é o presidente. Ele vai estar à mercê desse sistema. O que precisa é reformar, colocar limites nos mandatos. Assim, ele não vai poder controlar o futebol como ele quer”, disse Jamil Chade durante o programa.

Para o jornalista, Joseph Blatter ainda pode ser preso, mas usou a renúncia como manobra diante das acusações de corrupção. “Ele tira das costas uma pressão muito grande, então pode ter um aspecto de acordo: ‘saia antes que alguém te pegue’. Pode ser uma situação muito real. A questão é que na Suíça mudou a lei ano passado: em caso de corrupção privada, a pessoa pode ser processada mesmo que não ocupe mais o cargo. Ele ainda pode ser preso, mas ao se retirar da entidade, a pressão diminui muito”, analisou.

Ao ser perguntado sobre como é recebido na Fifa, Jamil Chade aproveitou para fazer piada. “Antes de mais nada, deixo a carteira em casa (risos). A Fifa mudou de forma radical desde que começamos a publicar as denúncias. Hoje para entrar no prédio da Fifa precisa colocar suas digitais, mas a minha parece que não abre nenhuma porta”, contou.

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