Marcelinho desabafa e se diz “sacaneado” por nunca ter jogado uma Copa

  • Por Jovem Pan
  • 08/01/2016 20h54
Reprodução/Facebook Marcelinho Carioca jogou apenas três partidas pela Seleção na carreira

Um dos maiores ídolos da história do Corinthians, com passagem marcante também pelo Flamengo, Marcelinho Carioca não teve o mesmo sucesso na Seleção Brasileira. Foram apenas três partidas oficiais pela equipe nacional, com dois gols marcados. E em entrevista exclusiva a Mauro Beting na Jovem Pan, o “Pé de Anjo” desabafou e se disse “sacaneado” por nunca ter tido a chance de disputar uma Copa do Mundo.

“Eu falo com aperto no coração que me sacanearam e não deixaram eu ir para as Copas do Mundo de 94, 98 e 2002. Eu tenho autocrítica e autoanálise. Em 94, nada contra o Paulo Sérgio, é meu amigo, mas ele era do Juan Figer (empresário uruguaio). Eu não tinha empresário, e todo mundo falava que o lugar era do Marcelinho”, disse o ex-meia, que também questionou outras escolhas dos técnicos Parreira, Zagallo e Felipão.

“(Em 1994) O Ronaldo não tinha estourado ainda, não era um fenômeno ainda. Mas eu vinha ganhando Bola de Ouro e Bola de Prata desde 1988. Você estrear com 16 anos de idade, no lugar do Zico, não é pra qualquer um”.

“Em 1998, ele (Zagallo) levou Juninho Paulista, Zé Roberto e Bebeto já mancando (na verdade, Juninho foi cortado por lesão). Em 2002, eu já vinha fazendo ala direita com Cafu, e ele (Felipão) me leva Juninho Paulista de novo, e leva o Kleberson. Seria uma opção do treinador, mas no grupo da Seleção, nas três Copas do Mundo, eu estaria com a perna esquerda, nem com a direita. É a primeira grande entrevista onde eu rasgo meu coração e falo a verdade”, afirmou Marcelinho.

O ex-jogador apontou o fato de não ter um empresário forte como determinante para que ele não frequentasse mais as convocações da Seleção. “Eu fui entender isso só depois de 2002. Por mais que eu tenha talento, eu que fiz 513 gols na minha carreira. Eu fui artilheiro no Flamengo, Gamba Osaka, Al Nasr, Ajaccio, em todos os lugares eu arrebentei. Como posso ser considerado um dos melhores jogadores do Brasileiro de 94 a 2003 e não ir a uma Copa do Mundo? Os interesses pessoais falam bem mais forte, e os empresários não mandam desde agora, é há muitos anos”.

Marcelinho também descartou o fato de que sua personalidade polêmica tenha influenciado para que ele caísse na preferência dos técnicos da Seleção. “Senão não levaria Romário, nem Edmundo. Eu passei uma imagem muito dúbia, isso eu assumo, quando eu levantei a bandeira do evangelho. Eu deixei muita gente confusa. As pessoas pensavam: ou o Marcelinho é maluco, ou marqueteiro, ou falso. E o que mais predominava era o último”.

“Mas só pode falar de mim quem convive comigo, sabe da minha integridade e do meu caráter. O que tem da minha vida extracampo? Nada. Vencedor, empreendedor, um grande empresário, vida estabilizada, pai de família, estruturado. Só tive problemas dentro de campo com uma pessoa, chamada Vanderlei Luxemburgo. O que falam é mais sensacionalismo que informação”, concluiu.

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.