ONGs denunciam morte de manifestante contrário à Fórmula 1 no Bahrein

  • Por Agência EFE
  • 04/04/2016 18h10 - Atualizado em 06/11/2017 11h38
EFE A passagem da Fórmula 1 pelo Bahrein ficará marcada não apenas pelo grande prêmio

Cinco ONGs do Bahrein denunciaram nesta segunda-feira a morte pelas mãos da polícia de um jovem de 17 anos, que teria sido vítima da repressão aos protestos contra o Grande Prêmio do Bahrein de Fórmula 1, disputado no fim de semana passado.

O Centro do Bahrein para os Direitos Humanos e outras quatro organizações pediram que sejam imediatamente investigados os fatos que causaram a morte de Ali Abdulgani, que sucumbiu hoje aos ferimentos sofridos no último dia 31 de março.

Segundo o Ministério do Interior de Bahrein, o jovem caiu do terraço de um edifício na cidade de Shahrakan quando a polícia invadiu sua casa para detê-lo, já que era procurado após ser condenado à revelia a cinco anos de prisão.

Em outra versão, de acordo com as ONGs, Abdulgani foi atropelado por um veículo policial conduzido por agentes que tentavam prendê-lo.

“Ali se transformou em outra vítima de uma corrida que não pode acontecer sem graves repercussões sobre as pessoas”, declarou o advogado do Instituto do Bahrein para os Direitos e a Democracia, Sayed Ahmed, em comunicado.

“Enquanto as luzes da corrida de Formula 1 brilhavam, as autoridades silenciaram à população mais uma vez por meio da força”, acrescentou a nota.

O diretor da organização Americanos pela Democracia e os Direitos Humanos no Bahrein, Hussein Abdullah, afirmou que os “aliados estratégicos do Bahrein, especialmente Estados Unidos e Reino Unido, têm que deixar claro a seu parceiro que não vão a tolerar o assassinato de adolescentes”.

Abdulgani é o segundo manifestante que morre no Bahrein em quatro anos em decorrência da repressão policial aos protestos contra a corrida de Fórmula 1 no país.

Os ativistas de direitos humanos locais e internacionais pediram repetidamente que se suspenda esta prova do Mundial da Fórmula 1, em protesto pelas políticas e violações das autoridades do reino.

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