Massa tem dificuldades na Fórmula E, mas diz que está se divertindo

  • Por Jovem Pan
  • 05/02/2019 08h57
Divulgação Felipe Massa foi chamado de "idiota" pelo piloto britânico Oliver Rowland
Felipe Massa já disputou 3 corridas na Fórmula E, mas ainda não conseguiu sequer um ponto. Além disso, o brasileiro já se envolveu em polêmicas e até foi xingado. Mas essas dificuldades não incomodam Massa, que diz estar se divertindo na nova experiência.
Em Santiago, no Chile, Massa abandonou a corrida antes da metade, em 26 de janeiro. Nas duas corridas anteriores, sofreu com problemas em seu carro, da equipe Venturi. Nada disso, porém, desanima o brasileiro: “estou tendo um grande prazer em participar das corridas. A diversão é grande”
Ele comparou a corrida com kart: “uma corrida de F-E parece uma prova de kart indoor. Quando você larga, tudo acontece ao mesmo tempo, você tem que olhar para a frente e para trás ao mesmo tempo. Não é uma categoria fácil, mas é muito divertido”, diz o brasileiro.

A diversão vem compensando as dificuldades iniciais. Na primeira prova, na Arábia Saudita, ele terminou em 17º após punições. Em Marrakesh, no Marrocos, foi o último colocado. Falhas nos freios, que atingiram outros sistemas do carro, foram os responsáveis pelo baixo rendimento.

“Já me sinto à vontade. A adaptação não foi ruim”, afirma o piloto da Venturi. “Tenho muito ainda a melhorar e me adaptar, mas não é um problema tão grande. É preciso trabalhar e entender tudo do zero. A mentalidade na F-E é muito diferente, usa pneu de rua, tem menos potência. O carro é mais pesado, com quase nada de carga aerodinâmica.”

A adaptação tem sido facilitada pelo apoio da sua equipe e até pela simpatia da organização da categoria, ainda que isso não signifique regalias. Não é segredo nenhum que a chegada de Massa foi ótima para o campeonato, principalmente em termos de divulgação. Pelo vice-campeonato que já conseguiu na F-1, o brasileiro é dono do currículo de maior peso na F-E atualmente.

“A entrada do Felipe é muito importante por dois motivos. Primeiro, porque ele é um excelente piloto, um grande amigo meu. E segundo porque vai aumentar o conhecimento da F-E no Brasil. O Massa tem todo um histórico, é muito reconhecido no Brasil, teve momentos muito legais na carreira. É uma honra a gente estar competindo aqui com ele”, diz Lucas Di Grassi, entusiasta e dono de um título na categoria.

Na pista, porém, há apenas obstáculos. E até certo “fogo amigo”, caso das críticas de Nelsinho Piquet, que chamou o compatriota de “amador” por conta de uma manobra que acabou atrapalhando Nelsinho em Marrakesh – o caso já foi superado, segundo o filho do tricampeão da F-1. Em Santiago, Massa foi chamado de “idiota” pelo piloto britânico Oliver Rowland, da equipe Nissan, depois do incidente que tirou o brasileiro da corrida.

Para amenizar o início difícil, Massa conta com o apoio da família, sempre presente nas etapas da F-E. “Eles estão curtindo a novidade. Em algumas corridas, vão a minha esposa e o Filipinho. Em outras, vão o meu irmão e os meus pais, como eu fazia na Fórmula 1. Eles sempre me acompanharam durante toda a minha carreira e continuam assim, e se divertindo também.”

De tão à vontade na categoria, o brasileiro até já adotou o discurso em favor dos carros elétricos. “Aqui não tem cheiro do óleo, não tem muito barulho. Sei que muita gente acha isso estranho. Mas o mundo está mudando”, diz o piloto. “É preciso pensar no lado mais limpo, mais verde. A Fórmula E está mostrando isso e está crescendo.”

Na sua opinião, o campeonato de carros elétricos tem potencial para atingir o sucesso da F-1, onde competiu por 15 temporadas. “Acho que a F-E pode, sim, alcançar o nível de público e de audiência da F-1. Estamos ganhando muitos fãs nos últimos anos. Tanto pela televisão e jornais quanto na internet e nas redes sociais, com um público mais jovem”, destaca.

Enquanto ajuda a F-E a ganhar novos fãs, Massa segue seu aprendizado na categoria. “Vamos encontrar um caminho mais rápido para nos tornarmos mais competitivos. E, para isso, precisamos manter os pés no chão. Ainda tem muita coisa para acontecer.”

Com Estadão Conteúdo

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