Professor de Harvard vê interesses geopolíticos dos EUA em ação na Fifa

  • Por Jovem Pan
  • 29/05/2015 09h04
EFE Membros do FBI durante investigações no prédio da Concacaf

Em entrevista concedida ao Uol, o professor da Universidade de Harvard, John Shulman, afirmou que vê interesses geopolíticos dos Estados Unidos ao investigar os casos de corrupção na Fifa. De acordo com o especialista, a ação da justiça norte-americana dentro da entidade máxima do futebol trata-se de uma forma de mandar recados à Rússia e ao Catar.

“Os Estados Unidos nunca deram a menor bola para o futebol. De repente, pela primeira vez na história, o The New York Times vem com a primeira página inteira falando do assunto. Aí eu me pergunto: por quê? A logística de uma operação internacional deste porte simplesmente não vale a pena. Até porque não há um número de vítimas nos EUA que justifiquem tamanha mobilização. Há empresas nos EUA muito mais corruptas do que a FIFA, pode ter certeza”, afirma Shulman ao Uol.

Formado em direito na Universidade de Harvard, John explica que vê a ação americana como uma forma de pressão sobre países que o trazem problemas: “Para mim, trata-se claramente do seguinte: são os EUA mobilizando seu aparato legal interno em prol de questões geopolíticas. No caso, para colocar pressão na Rússia, com quem o país tem tido problemas recentemente, e no Qatar, onde também existem questões geopolíticas”, disse.

“É claro que a FIFA é corrupta. Todo mundo sabe disso. Mas os EUA não estão fazendo isso pelo bem do futebol”, completou John Shulman.

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