Sem a bola, raça. Com ela, técnica: Tite abre o jogo para a Jovem Pan
Tite conversou com exclusividade com a Rádio Jovem Pan e expôs o que considera ser o bom futebol
Tite conversou com exclusividade com a Rádio Jovem Pan e expôs o que considera ser um bom futebolTite acordou cedo na última sexta-feira. Antes de se dirigir ao CT Joaquim Grava para comandar mais um treinamento do Corinthians, porém, arrumou espaço em sua agenda para atender à ligação de Luís Carlos Quartarollo. Em quase dez minutos de conversa com o repórter da Rádio Jovem Pan, o técnico do atual campeão brasileiro falou apenas brevemente sobre o que esperava do clássico contra o Santos, na Vila Belmiro. Adenor Leonardo Bacchi se apegou, mesmo, a um comentário feito por Quartarollo durante o papo: o de que, sob a sua batuta, o Corinthians havia deixado de ser o time da raça para ser, também, o time que sabe jogar bola.
Tite deu risada. E, então, abriu o jogo, revelando um pouco sobre o que pensa de futebol. “Se você pegar a bola, der para um atleta e pedir raça, ele vai fazer o que com ela?“, ironizou o treinador, derrubando estereótipos. É este tipo de declaração que explica, em partes, por que o time alvinegro encantou o Brasil no ano passado com um estilo de jogo moderno, baseado na posse de bola e troca de passes desde o campo defensivo.
“O jogador tem de ter este tipo de raça, de competitividade, quando estiver cumprindo uma função defensiva, marcando. Aí, sim, ele precisa sujar o calção, buscar o desarme, o contato físico. Mas, quando tiver a bola, tem de ter qualidade técnica para dar um bom passe, um lançamento, ter um bom controle e domínio de bola“, expôs Tite.
Gaúcho, Adenor foi, por anos, tachado de retranqueiro e oriundo de uma escola que preteria o trabalho ofensivo ao defensivo. Mas ele superou tudo isto – principalmente no Corinthians, clube no qual foi campeão mundial, continental, nacional e estadual com precauções na defesa, é claro, mas também muita qualidade no ataque.
“A minha ideia de futebol é aquela de ter um meio de campo criativo, construtor, com menos bolas áreas e longas, que são características do futebol inglês. Eu estou mais para uma escola de Parreira, Zagallo, Telê Santana. Eu os admiro e procuro aplicar esse tipo de jogo nas minhas equipes”, contou.
“Um time não vence nem quando é só competitivo, raçudo, e nem quando é só técnico. Tem de ter um equilíbrio entre estes dois aspectos. Com a bola, é necessário qualidade técnica. Sem ela, senso de marcação, competitividade e organização“, encerrou.
Foi este mantra que carregou o Corinthians ao incontestável título brasileiro do ano passado e será ele, também, que inspirará os novos jogadores alvinegros a buscarem mais e mais conquistas. Enquanto ele continuar rendendo frutos, Tite se consolidará, cada vez mais, como o melhor e mais completo técnico do futebol brasileiro.
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.