Violência de barra-bravas no futebol argentino continua sem solução

  • Por Agencia EFE
  • 11/03/2014 21h45

Buenos Aires, 11 mar (EFE).- Mesmo sem a presença de torcida visitante em jogos do Campeonato Argentino há quase um ano, a violência segue sendo a protagonista do noticiário no país, o que deixa sem solução os órgãos de segurança, que tentam transformar o evento esportivo em algo seguro para as famílias.

A briga entre duas barra-bravas (como são conhecidas as torcidas organizadas violentas argentinas) do Quilmes, que deixou 10 feridos antes da partida contra o Lanús, reacendeu as discussões sobre a insegurança nos estádios do país.

Com vínculos políticos e interesses que ultrapassam o âmbito esportivo, a violência no futebol argentino se multiplicou, nem tanto em confrontos entre torcedores de diferentes clubes.

O Independiente, que pela primeira vez em 108 anos está na segunda divisão, sofreu a terceira derrota seguida, em semana tensa, que incluiu mensagens ameaçadoras por parte dos próprios torcedores. Dois cachorros foram enforcados e três quiosques da sede social do clube foram incendiados como forma de intimidar o elenco.

O Racing, outra equipe da cidade de Avellaneda, também teve um começo de temporada complicado, com cinco derrotas em sete jogos. A torcida organizada reclamou muito. Após a derrota para o Boca Juniors, a equipe foi para os vestiários debaixo de ofensas, direcionadas aos atletas e ao emblemático técnico Reinaldo Merlo.

Em fase de recuperação no Torneio Inicial, o Boca Juniors também não chegou no melhor clima a este duelo. Além da briga interna em seu elenco e as críticas dos meios de comunicação, na sexta-feira os barra-bravas foram ao treino do time, e a Polícia precisou ser chamada.

Completando o cenário violento de quatro dos principais clubes do país, há as ameaças de mais brigas sangrentas na torcida do River Plate em uma nova luta pelo poder.

No entanto, a violência também está presente nas divisões menores do país. Enrique Merelas, presidente do Porvir, equipe da quinta divisão, teve um carro queimado na porta de sua casa.

“Já fiz mais de 50 denúncias. Ninguém sabe o que fazer, como resolver. Não acredito em nada mais. Se abaixar os braços, a máfia se apodera”, o dirigente.

Já o presidente de Chaco For Ever – da quarta divisão nacional -, Héctor Gómez, teve sua residência atingida por dois tiros.

“É a terceira vez que acontece uma ação como esta na casa do presidente. Agora foram dois disparos calibre 22 no portão de acesso da residência”, contou Marcelo Mántaras, assessor de imprensa do clube, localizado na cidade de Resistencia. EFE

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