Alemanha colaborou para assassinatos seletivos no Afeganistão, diz jornal alemão

  • Por efe
  • 30/12/2014 16h29
EFE/Olivier Hoslet Angela Merkel discursa na ONU

O exército e o serviço secreto da Alemanha colaboraram para os assassinatos seletivos de líderes talibãs no Afeganistão, segundo informações divulgadas nesta terça-feira pelo jornal “Bild”;

De acordo com a publicação, o general Markus Kneip, comandante alemão no Afeganistão em 2011 e hoje assessor da ministra da Defesa, Ursula von der Leyen, participou da definição de “alvos” das operações para eliminar indivíduos identificados como terroristas.

O jornal afirmou que no quartel-general alemão de Mazar-e-Sharif, no norte do Afeganistão, funcionava uma unidade que tinha por missão obter dados sobre as pessoas que poderiam ser executadas.

Os dados eram fornecidos posteriormente para Kneip, que precisava dar seu aval para a inclusão dos nomes em uma “lista da morte” dos aliados americanos.

O “Bild” disse ainda que o Serviço de Inteligência Alemão (BND) forneceu aos Estados Unidos dados para ajudar na localização do líder talibã Quari Yousef, cujo nome estava na “lista da morte”.

As diretrizes do BND inclusive autorizam os agentes a terem uma participação direta em assassinatos seletivos para se evitar um atentado.

As informações do jornal foram parcialmente confirmadas para a agência alemã de notícias “DPA” pelo general Egon Ramms, ex-comandante do quartel-general da Otan no Afeganistão, segundo o qual o exército alemão trabalhou com tais “objetivos” e “listas de assassinatos”.

“Podem ser descritas como listas da Otan, já que se trabalhou com elas tanto em nível de comandos regionais no Afeganistão como no quartel-general da Isaf”, disse Ramms.

As revelações de “Bild” geraram uma onda de críticas entre a oposição, integrada pela Esquerda e Os Verdes.

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