Aplicativos consolam sofridos clientes de táxi na Tailândia

  • Por Agencia EFE
  • 30/07/2015 11h37

Gaspar Ruiz-Canela.

Bangcoc, 30 jul (EFE).- Aplicativos como o Grab Taxi estão ajudando a resolver parte dos problemas que os sofridos clientes de táxi enfrentam na Tailândia, onde nem a junta militar conseguiu acabar com os repetidos abusos no setor.

Embora com notáveis exceções, muitos taxistas, principalmente em Bangcoc, se negam a usar o taxímetro, se recusam a ir a alguns pontos e chegam a confrontar o cliente que protesta.

As reclamações tanto de tailandeses como de turistas conseguiram comover a junta militar que tomou o poder em maio do ano passado e, entre suas primeiras medidas, se comprometeu a acabar com as máfias e os abusos nos táxis.

Os militares organizaram este ano um evento com fileiras de táxis multicoloridos em que motoristas levantavam cartazes em que se lia: “Te levo para qualquer lugar, não rejeito clientes”.

Apesar dos esforços das autoridades, os clientes continuam a sofrer com um serviço ruim em Bangcoc e em outros destinos turísticos como as ilhas de Phuket e Samui.

Principalmente à noite, as longas filas de táxis, com suas características carrocerias rosa, verde, amarela ou multicoloridas, seus budas e amuletos no painel de comando não garantem um serviço melhor nas avenidas da capital.

“É difícil encontrar um táxi porque às vezes não querem ir a lugares próximos (porque não compensa a corrida) ou se há muito trânsito. Na avenida Sukhumvit isso é muito comum”, lamentou a tailandesa Ploy, de 25 anos.

“Eu prefiro utilizar o Uber ou o Grab Taxi porque é mais seguro e garantem que te levarão”, comentou Ploy.

Aplicativos como Grab Taxi e Easy Taxi são a resposta digital ao problema, não só na Tailândia, mas em outros países do sudeste asiático, como Malásia, Filipinas e Vietnã.

“Há muitos táxis em Bangcoc, mas o serviço tem muita margem para melhorar”, afirmou diplomaticamente Alexander Thai-Minh Le, diretor-gerente da Easy Taxi Bangcoc.

Segundo Thai-Minh, as principais queixas dos clientes são a recusa dos motoristas em utilizar o taxímetro e ir a alguns lugares porque consideram que são longe ou perto demais.

A precariedade do serviço de táxis é tamanha na Tailândia que o Uber não utiliza a estratégia de reduzir preços, como na Europa, para concorrer, mas cobra tarifas mais altas em troca de serviço e segurança melhores.

Bangcoc tem uma frota enorme, 80 mil para uma cidade de dez milhões de habitantes. Já Nova York, famosa pelos carros amarelos, tem 13 mil para oito milhões de pessoas. A bandeirada custa 35 bat (R$ 3,30).

Muitos taxistas chegaram à capital vindos de províncias do nordeste, e alugam os carros por entre 650 e 800 bat por dia (entre R$ 60 e R$ 76) , o que os obriga a faturar diariamente entre 1.400 e 1.500 bat para ter algum lucro.

“Quando elimina o custo, que também inclui o combustível, a comida e outros, sobra 100 ou 200 bat. Em um dia com sorte conseguimos 300 ou 500 bat”, contou à Efe o taxista Ian.

“O taxímetro não cobre nossas despesas. Porque a tarifa de táxi na Tailândia é barata. O gás é caro”, acrescentou o motorista.

Ian reconhece que prefere levar turistas a pontos turísticos ou ao aeroporto sem utilizar o taxímetro do que moradores que querem fazer trajetos comuns e poucos lucrativos na capital, já que pode cobrar o dobro do que sairia com o taxímetro. Os veteranos nessa corrida descem do carro ou negociam, os novatos pagam. EFE

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