Ararinha-azul deve voltar à natureza em 2019

  • Por Estadão Conteúdo
  • 14/07/2016 09h41
mma.gov Ararinha Azul

O Ministério do Meio Ambiente (MMA) anunciou, na última quarta-feira (13), um plano de cinco anos para reintroduzir a ararinha-azul no seu hábitat original, a Caatinga do norte da Bahia. Considerada extinta na natureza, há mais de 15 anos, a espécie (Cyanopsitta spixii) que inspirou a história do filme Rio só existe, atualmente, em cativeiro, e a maioria dos exemplares está em criadouros particulares fora do Brasil.

O plano prevê a criação de uma área protegida e a construção de um Centro de Reintrodução e Reprodução da Ararinha-Azul em Curaçá, município baiano na divisa com Pernambuco, onde a espécie costumava ocorrer. Segundo o ministério, os esforços para criação de uma unidade de conservação na região “já estão em fase avançada” e deverão ser levados para consulta pública em breve.

A construção do centro de reintrodução deverá custar US$ 1,5 milhão. O projeto será bancado com apoio das instituições parceiras do plano: a Al Wabra Wildlife Preservation (AWWP), do Catar, a Association for the Conservation of Threatened Parrots (ACTP), da Alemanha, a Parrots International, dos EUA, o Jurong Bird Park, de Cingapura, Fazenda Cachoeira e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), no Brasil.

Segundo o cronograma, o centro deverá ficar pronto, em 2018, para dar suporte à primeira soltura de ararinhas-azuis na natureza em 2019. Os animais serão monitorados por dois anos e a experiência adquirida nesse período será usada para uma segunda soltura, em 2021. Antes disso, será feita uma reitengração-teste com maracanãs, uma espécie de arara que não está ameaçada e pode conviver com as ararinhas-azuis na natureza.

Atualmente, há 128 ararinhas-azuis em cativeiro no mundo, a maioria nos criadouros do Catar e da Alemanha, que, nos últimos anos, vêm trabalhando em parceria com o governo brasileiro no sentido de reproduzir a espécie e reintroduzi-la na natureza. Pelo acordo assinado, os parceiros internacionais se comprometem a enviar 70% do filhotes nascidos sob sua guarda nos próximos anos para o projeto de reintrodução.

Por enquanto, a instituição responsável por guardar e reproduzir ararinhas-azuis no Brasil é o Criadouro Fazenda Cachoeira, em Minas Gerais.

Ave misteriosa

No final de junho, foi anunciado que uma ararinha-azul foi avistada na natureza em Curaçá por várias pessoas. Uma moradora chegou até a fazer um vídeo dela voando, mas o paradeiro da ave desde então é desconhecido. O Ministério do Meio Ambiente informou que uma equipe do ICMBio rodou a região, com apoio da comunidade, e que a ave foi ouvida, mas não foi avistada.

A identificação da espécie, com base nas imagens e no áudio do vídeo, é polêmica. Há quem diga que o grito dela se parece mais com o de uma arara-azul-de-lear (Anodorhynchus leari) do que o de uma ararinha-azul. Mas, sem encontrar a ave, não há como ter certeza. Se for uma ararinha-azul, é possível que ela tenha sido solta por algum criador não autorizado.

Alguns conservacionistas criticaram a divulgação do vídeo, acreditando que isso coloca o animal em risco.

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