Brasil vem investindo de maneira consistente em ciência e tecnologia, diz cientista

  • Por Jovem Pan
  • 30/11/2017 17h56
Reprodução/Youtube Roque possui trabalhos teóricos pioneiros sobre Nanofios Metálicos e Nanoestruturas, com foco em propriedades de transporte, dinâmica de ruptura, e efeitos de impurezas

A ciência foi tema da conversa de Augusto Nunes com Antonio José Roque da Silva, diretor do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron e do Projeto Sirius, no programa Perguntar Não Ofende desta semana. Professor titular do Instituto de Física (IF) da USP e Diretor do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron, Roque é especialista em propriedades eletrônicas e de transporte em Nano-sistemas. Ele possui trabalhos teóricos pioneiros sobre Nanofios Metálicos e Nanoestruturas, com foco em propriedades de transporte, dinâmica de ruptura, e efeitos de impurezas.

O professor falou sobre a dificuldade de ser cientista no Brasil, mas afirmou que o País vem investindo de maneira consistente ao longo de décadas na formação de um sistema nacional de ciência e tecnologia.

“A dificuldade é que, muitas vezes, apesar das políticas tentarem ser consistentes, você tem flutuações orçamentárias ao longo do tempo que dificultam o trabalho porque ciência é algo de longo prazo. O resultado demora a sair, as formações das pessoas demoram a sair. E além disso há entraves muitas vezes burocráticos que também dificultam a execução e a competitividade da pesquisa”, disse Roque.

Roque ainda explicou como funciona o local no qual trabalha. De acordo com ele, o laboratório é um dos quatro nacionais de um centro que chama CNPEM (Centro Nacional de Pesquisa, Energia e Materiais), que é uma organização social sem fins lucrativos. Localizado em Campinas, o terreno foi doado pelo governo abriga também o projeto Sirius.

O Sirius é um equipamento que funciona como um microscópio gigante. A máquina é chamada de acelerador de partículas do tipo síncrotron. É a ferramenta utilizada pelos cientistas para entender a estrutura atômica das substâncias com as quais vão trabalhar. Algo importante para o desenvolvimento de novos medicamentos, para o aprimoramento de materiais usados na construção civil, na exploração de petróleo e em uma infinidade de outras áreas.

“Esse projeto como um todo concluí em 2020. O que nós vamos entregar entre 2018 e 2019 é a primeira fase com cinco das 13 linhas de luz funcionando, os aceleradores funcionando e o prédio. E a conclusão as outras linhas de luz ocorre até 2020. O custo total até 2020 é em torno de U$ 500 milhões”, revelou o cientista.

Confira no vídeo a entrevista completa com Antonio José Roque da Silva.

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