Acusação fecha acordo para antecipar alegações finais do impeachment em 10 dias

  • Por Agência Estado
  • 22/06/2016 17h47
Brasília - Os juristas Miguel Reale Jr. e Janaína Paschoal, autores do pedido de iimpeachment da presidenta Dilma Rousseff depõem na comissão especial que analisa a admissibilidade do processo (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil) Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil - 30/03/16 Os autores de pedido de impeachment da presidente Dilma

Os autores do processo de impeachment, Janaína Paschoal, Miguel Reale Júnior e Hélio Bicudo, vão abrir mão de 10 dias do prazo para elaboração de alegações finais com o intuito de antecipar a votação de afastamento definitivo da presidente. A estratégia foi alardeada pela base do presidente em exercício Michel Temer logo após derrota no Supremo sobre encolhimento de prazos.

De acordo com o entendimento do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, estão previstos 15 dias para acusação apresentar as alegações finais. O mesmo prazo é dado para a defesa. Em contrapartida, no calendário oficial apresentado e aprovado hoje na comissão do impeachment, a acusação se comprometeu em usar apenas cinco dias. “Dias 07/7 a 12/7 – Alegações finais da acusação (5 dias, conforme compromisso do denunciante)”, diz o texto do cronograma.

Quando Lewandowski determinou o prazo para alegações finais, a fixação dos 15 dias representou uma derrota para a base aliada do presidente em exercício Michel Temer. Representada pela senadora Simone Tebet (PMDB-MS), a base apresentou recurso para encurtar o prazo para 15 dias, mas foi vencida.

Apesar da resposta do Supremo, os aliados de Temer não entenderam a decisão como uma derrota. Desde então, os senadores comentam nos corredores que não é necessário que a acusação use o prazo por completo.

A base também tem agido para correr com as sessões dedicadas a ouvir o depoimento das testemunhas. A acusação chegou a dispensar quase todas as próprias testemunhas e depois se recusou a fazer perguntas às testemunhas da defesa. 

Janaína Paschoal, autora do impeachment, que inicialmente se dizia “abandonada” no processo e criticou a atitude de senadores da base que tentaram diminuir o número de testemunhas rapidamente aderiu ao discurso da base aliada de Temer em sinal de acordo. A jurista passou a chamar o convite de testemunhas de “procrastinação” e também se recusou a fazer perguntas a diversos depoentes da defesa.

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