Acusado de abusos sexuais, João de Deus pode se entregar neste domingo

  • Por Jovem Pan
  • 16/12/2018 08h09
Ernesto Rodrigues/Estadão Conteúdo Médium é considerado foragido pelo Ministério Público

O Ministério Público e a Polícia Civil de Goiás esperam que o João de Deus se apresente a autoridades neste domingo (16), para que cumpra a prisão preventiva determinada pela justiça após mais de 300 mulheres terem acusado o médium de cometer abusos sexuais durante sessões de tratamento espiritual em Abadiânia, no interior.

Na tarde de sábado (15), ele passou a ser considerado foragido pelo MP, “pois as diligências de localização em todos os seus endereços resultaram negativas e o comparecimento espontâneo não ocorreu nas 24 horas seguintes à ordem de prisão”. A Secretaria da Segurança Pública goiana discordou da medida, alegando que o juiz não deu prazo.

Denúncias

As acusações contra o líder religioso, que diz realizar tratamentos e “cirurgias espirituais” por meio de entidades que “incorpora”, surgiram no dia 8, quando um programa de televisão conversou com vítimas. Em todos os casos, João levava a mulher para uma sala reservada para sessão em busca de milagres, o que acabava evoluindo para toques e estupros.

Essas denúncias já foram feitas em sete países diferentes, incluindo o Brasil. Uma das vítimas seria a filha do médium. Algumas mensagens indicam que funcionários do centro de atendimento espiritual sabiam e eram coniventes com os crimes. O MP está atuando em vários estados com forças-tarefa para encaminhar denúncias e ouvir vítimas.

Defesa

Com a ordem judicial de prisão, o advogado Alberto Toron já avisou que vai pedir um habeas corpus em benefício de João de Deus. O defensor considerou a medida “ilegal e injusta”. Ele já entregou que o religioso vai se entregar, mas alegou que não vai divulgar a data e o horário “em respeito” às autoridades que o procuram.

Dinheiro

Após a primeira denúncia, investigadores identificaram que João de Deus movimentou cerca de R$ 35 milhões de contas pessoais. Esse fato fez com que o MP e a Polícia Civil acelerassem o pedido de prisão. Segundo revelou um jornal no sábado, o dinheiro foi retirado de aplicações que João possui em instituições bancárias.

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