Após comoção por morte de cachorro, especialistas explicam como ajudar animais abandonados

  • Por Jovem Pan
  • 07/12/2018 14h54
Jovem Pan Bruno Lima, Gabriela Masson e Marcos Bernardini foram os convidados do Pânico nesta sexta-feira (7)

O caso da cachorrinha morta em um supermercado em Osasco, na Grande São Paulo, causou comoção nacional, movimentou as redes sociais e fez muita gente começar a se interessar por ajudar animais abandonados. Nesta sexta-feira (7), a ativista Gabriela Masson, o delegado Bruno Lima e o advogado Marcos Bernardini foram ao Pânico para discutir o problema dos animais de rua e explicar como pessoas comuns podem ajudar.

O consenso geral é que a primeira medida para a diminuição da população de animais abandonados é o incentivo à castração. “Impedir que esses animais deem novos filhotes é a primeira política importantíssima, tem que vir do poder público”, disse Masson, que é da ONG Amigos de São Francisco. Ela explicou que, em São Paulo, pessoas comuns podem castrar até 10 animais gratuitamente através do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ).

Para Marcos Bernardini, é o poder público que tem o dever de cuidar desses animais. “A prefeitura tem obrigação de alimentar e castrar esses animais, mas não está cumprindo seu papel legal. A prefeitura que está errando”, afirmou o advogado. Ele vê as leis contra os maus tratos de animais ainda muito brandas. “A lei está errada”, lamentou, mas exaltando a importância da mobilização nas redes sociais. “A mobilização nas redes sociais é muito importante. Se não fosse isso, não teríamos absolutamente nada.”

Caso de Osasco

Falando sobre o caso da morte do cachorro em Osasco, o delegado Bruno Lima lamentou que o agressor não deverá ficar preso. “O indivíduo foi ontem na delegacia, mas infelizmente nossa lei é muito fraca em relação aos maus tratos. Ele prestou depoimento e foi embora, não vai ficar preso, o caso praticamente está encerrado”, disse Lima, que foi eleito deputado estadual por São Paulo e começará o mandato no ano que vem.

Para ele, uma das soluções é criar mais delegacias especializadas em crimes ambientais, incluindo os maus tratos de animais. “Isso evita o delegado cuidar de um roubo, um estupro e um caso maus tratos de animais ao mesmo tempo”, explicou. “O policial militar não pode ter que escolher entre atender uma ocorrência de maus tratos e um latrocínio.”

Como ajudar

O delegado também deu uma dica de como as pessoas comuns podem ajudar. “Se você está vendo acontecer, atue em vez de filmar para jogar na internet”, disse.

A ativista Gabriela Masson também alerta para a importância da adoção de animais mais velhos. “Adoção dos animais que já estão nas ruas e invisíveis para a sociedade é muito importante”, lembrou. “Não é só a ONG e o governo que vão resolver o problema, você também vai.”

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