Assessora por pouco não entrou no carro dos assassinos de Marielle Franco por engano

  • 12/03/2019 13h59
Reprodução/ TV Globo O delegado responsável pela Divisão de Homicídios da capital fluminense, Giniton Lages O delegado responsável pela Divisão de Homicídios da capital fluminense, Giniton Lages

Uma assessora de Marielle Franco (PSOL) por pouco não entrou no carro dos assassinos da vereadora. A informação foi revelada pelo delegado responsável pela Divisão de Homicídios da capital fluminense, Giniton Lages nesta terça-feira (12), durante coletiva de imprensa para explicar a Operação Lume, que prendeu dois suspeitos de terem participado da execução da parlamentar e do motorista Anderson Gomes.

Segundo Lages, a assessora tinha pedido um carro no aplicativo para deixar o evento na Casa das Pretas, o mesmo que Marielle participou. O veículo tinha características semelhantes ao Cobalt utilizado pelos criminosos.

Ela chegou a por a mão na maçaneta do carro, para abrir a porta, mas se deu conta de que a placa não era a mesma que foi informada no aplicativo. “Talvez nós tivéssemos um outro desenho, são coisas, detalhes da investigação que a gente acaba coletando”, disse o delegado.

Dois suspeitos presos

Nesta terça-feira, a Policiais da Divisão de Homicídios da Polícia Civil e promotores do Ministério Público do Rio de Janeiro prenderam o policial militar reformado Ronnie Lessa e o ex-policial militar Élcio Queiroz. Eles são apontados, respectivamente, como autor dos disparos que mataram a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes e o motorista do veículo.

De acordo com o delegado Giniton Lages, os vestígios deixados por Lessa antes da execução foi o que levou à prisão dele e de Queiroz. Isso porque Ronnie pesquisou, “dias antes do crime, a rua onde ela [Marielle Franco] morava”. O policial militar reformado também pesquisou sobre o armamento que ele usou no dia crime e sobre silenciadores específicos para essa arma, assim como sobre o atual deputado federal Marcelo Freixo (PSOL) e a esposa dele, conforme informou Lages.

No dia do crime, porém, Ronnie e Élcio “não erraram”. Eles permaneceram no carro durante quase três horas, entre deslocamento para o local do crime e retorno após a execução.

Ainda não foi possível apontar o que motivou o crime, o que só deve ser feito numa segunda fase da operação.

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