Ataque em Suzano: advogado diz ter ‘convicção’ de que terceiro adolescente suspeito é inocente

  • Por Jovem Pan
  • 25/03/2019 14h56
Luiz Cláudio Barbosa/Estadão Conteúdo Segundo ele, há uma "sede da polícia em dar uma resposta para a sociedade com alguém vivo"

O advogado responsável pela defesa do adolescente de 17 anos apreendido na semana passada acusado de ser um dos mentores do ataque à Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano (SP), negou que o jovem tenha qualquer ligação com o crime. Ele disse ter “convicção” de que o rapaz é inocente e afirmou que há uma “sede da polícia em dar uma resposta para a sociedade com alguém vivo”.

Marcelo Feller afirmou que algumas provas foram vazadas de forma parcial para dar sustentação à tese da participação de uma terceira pessoa. Entre essas evidências, destacou trechos de conversa apresentados sem o diálogo completo, o que permitiria outras interpretações. Em uma delas, o adolescente avisa o próprio autor do crime sobre as notícias do atentato. Não obtendo resposta, conclui sobre a participação do amigo e finaliza enviando a mensagem “te odeio”. Em outra, ele fala para outro colega que já tinha ouvido sobre os planos do atirador, mas afirma que não teve nenhuma participação.

O defensor foi indicado pelo Instituto de Defesa do Direito de Defesa (IDDD). A Defensoria Pública não pode atuar em favor do adolescente, uma vez que está representando as famílias das vítimas.

Suspeito apenas “fantasiou” o ataque

Ainda de acordo com o advogado, o rapaz fantasiou atacar a escola com um dos autores do massacre em 2015, quando ambos tinham entre 13 e 14 anos. Porém, os dois teriam brigado em outubro daquele ano, voltado a se falar somente em outubro de 2018. Para o defensor, o adolescente não acreditava que o amigo pudesse realmente fazer o atentado.

O jovem foi apreendido no último 19, segundo Ministério Público, após diligências da polícia analisarem o conteúdo de celular e tablet do jovem e indicarem a participação dele no planejamento das mortes. A investigação tramita em sigilo.

Sobre o massacre

O ataque à escola, ocorrido na manhã da última quarta-feira (13), foi provocado por dois ex-alunos – um adolescente de 17 anos e um rapaz de 25 anos – encapuzados e armados. Dez pessoas morreram: duas funcionárias da escola, cinco alunos, um comerciante que era tio de um dos atiradores e os dois atiradores. O atentado deixou ainda 11 feridos.

*Com Agência Brasil

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