Aterrorizada, brasileira refém na Austrália liga para o filho e diz que o ama muito, revela prima

Márcia Mikhael é natural de Goiânia

A brasileira Márcia Mikhael esteve entre os reféns de um sequestro em um café em Sydney, Austrália, segundo disse nesta segunda-feira (15) à JOVEM PAN a prima dela Adibe Jorge Khori. Ainda de acordo com Adibe, Márcia enviou mensagens pelas redes sociais e está em contato com os seus irmãos, que estão lá na Austrália.

“O sequestrador, o que ele está pedindo é a bandeira do islamismo e o contato direto com o primeiro-ministro da Austrália. (…) Diz que ele está cheio de armamento e ameaça matá-los”, contou ao repórter JOVEM PAN Paulo Pontes.

Questionada sobre o comportamento do sequestrador, Adibe contou que ele só tem feito ameaças. “Questão de uma hora atrás, ela (Márcia) ligou para o filho, chorando, – eles (sequestradores) estão permitindo ligação – dizendo que o ama muito, que ama os filhos muito. Mas, na verdade, eles estão sob pressão e aguardando algum posicionamento”, disse.

Em entrevista ao canal Globo News, o irmão de Márcia, Jorge Mikhael, falou que não pode precisar se as mensagens são enviadas mesmo pela irmã.

Márcia é natural de Goiânia, é personal trainer e mora na Austrália.

A JOVEM PAN ONLINE ligou para o Itamaraty, mas não obteve resposta.

Entenda o caso

Um homem armado manteve reféns em um café em Sydney, indicando ser cedo para falar em uma operação terrorista. Cinco pessoas conseguiram sair do café ainda no começo.

Imagens transmitidas pelas emissoras de televisão mostraram, quase uma hora depois de três homens terem deixado o café, duas mulheres saírem correndo do local.

Também não existem dados concretos sobre o número de pessoas que permaneceram no interior do café, mas a polícia australiana estima que seja inferior a 30.

Martin Place, no centro do distrito financeiro, foi evacuada, com dezenas de agentes cercando o Lindt Chocolate Cafe, onde uma bandeira preta com inscrições em árabe foi exibida da janela pelos supostos reféns, segundo imagens das televisões. A mensagem dizia: “Não existe outro Deus senão Alá, e Maomé é o seu profeta”.

O comissário da polícia afirmou, porém, que as autoridades ainda não confirmaram se o incidente está relacionado ao terrorismo. “Estamos lidando com uma situação de reféns, com um criminoso armado”, disse. “Nós queremos resolver o caso pacificamente e faremos tudo o que for preciso para garantir isso”. 

Por volta das 14h (horário de Brasília), a polícia invadiu o local e pelo menos duas pessoas morreram e três ficaram feridas, de acordo com a rede internacional CNN.