Bolsonaro critica multa do FGTS em demissão sem justa causa: ‘É quase impossível ser patrão no Brasil’

  • Por Jovem Pan
  • 19/07/2019 16h25 - Atualizado em 19/07/2019 16h27
Marcos Corrêa/PR "O pessoal não emprega mais por causa da multa", argumentou o presidente

O presidente Jair Bolsonaro criticou nesta sexta-feira (19) a multa de 40% do FGTS paga pelos empregadores nas demissões sem justa causa. Questionado se a multa vai acabar, respondeu que a medida pode ser estudada pelo governo.

“Essa multa de 40% foi quando o (Francisco) Dornelles era ministro do FHC (Fernando Henrique Cardoso). Ele aumentou a multa para evitar a demissão. O que aconteceu depois disso? O pessoal não emprega mais por causa da multa. Estamos em uma situação. Eu, nós temos que falar a verdade. É quase impossível ser patrão no Brasil”, disse o presidente.

As falas de Bolsonaro foram orientadas pelo ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, que estava ao seu lado. O presidente falou com a imprensa após participar de um evento seguido de almoço da igreja evangélica Sara Nossa Terra em Brasília.

“Defender empregado dá mais votos. Agora, a verdade é o patrão. Eu estou falando com o Paulo Guedes, eu pretendo lançar o programa Minha Primeira Empresa, para todo mundo que reclama do patrão ter chance de ser patrão um dia. Eu tenho dito, falei durante a campanha, um dia o trabalhador vai ter que decidir: menos direito com emprego ou todos os direitos sem emprego. Isso perde voto. Tem antipatia de populistas e comunistas. Muita gente bota na cabeça do povo que eu estou errado, eu estou perseguindo o pobre. Não, eu estou mostrando a verdade. Até contratar uma pessoa para a sua casa está difícil”, declarou.

Bolsonaro lembrou ainda que votou contra a PEC das domésticas. “Votei contra nos dois turnos. O que aconteceu de lá para cá? A pessoa ou foi para a informalidade ou virou diarista. É como um casamento. Se um começar a querer ter mais direitos sobre o outro, acaba o casamento. Patrão e empregado é quase que um casamento. É a velha divisão de classes. Não é só com o negócio homo, hétero, branco e negro, rico e pobre. É empregado e patrão também. A esquerda prega isso para nos dividir e eles se perpetuarem no poder.”

*Com Estadão Conteúdo

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