Bolsonaro: Se eu demarcar mais terras indígenas, fogo na Amazônia acaba agora

  • Por Jovem Pan
  • 27/08/2019 12h55 - Atualizado em 27/08/2019 12h56
Marcos Corrêa/PR Presidente citou a existência de uma "indústria da demarcação de terras"

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) criticou, nesta terça-feira (27), a quantidade de terras protegidas no Brasil. Em um encontro com os governadores da Amazônia Legal, ele afirmou que as queimadas na floresta estão sendo potencializadas por essas pessoas porque o governo não quis “demarcar mais dezenas de áreas indígenas no Brasil”.

“Esse problema está sendo potencializado pela TV Globo e outros países porque o nosso governo não aceitou demarcar mais dezenas de áreas indígenas no Brasil.  Se eu demarcar agora, o fogo acaba na Amazônia daqui alguns minutos. É isso que alguns países querem”, declarou.

Durante seu discurso, Bolsonaro criticou diversas vezes a demarcação de áreas indígenas, quilombolas e a criação de parques nacionais, o que chamou de “indústria da demarcação das terras indígenas”, que teria começado no governo Sarney e sido ampliado durante a gestão de Fernando Collor de Mello.

Exploração e garimpo

Com o apoio dos governadores, o presidente defendeu amplamente a exploração dessas terras. Ele ressaltou que as políticas anteriores para/com a Amazõnia usaram “o índio como massa de manobra para inviabilizar o progresso nesses Estados”, que, segundo ele, essto ” na região norte, mais rica do Brasil ou do mundo”, impedindo que eles fossem usados “para o bem comum nosso”.

“Não da pra admitir, um país tão rico como nós estar nessa situação”, continuou, afirmando a importância de se viabilizar o “desenvolvimento sustentável” da Amazônia, ou seja: “com responsabilidade ambiental, mas focando no desenvolvimento. “A questão ambiental tem que ser conduzida com racionalidade, e não com essa quase que selvageria como foi ao longo dos últimos governos. Temos que sair dessa situação em que nos encontramos, viver como pobres pisando em terras riquíssimas.”

Bolsoanro também voltou a defender o garimpo. “Precisamos de paz pro campo, progresso pros estados, incluir de verdade o índio na nossa sociedade, muitos deles já querem isso. Quando eu falei em legalizar o garimpo, eu fui massacrado pela mídia. Hoje, queremos legalizar, mas o que é isso? Ouvir o parlamento, eu não vou tomar nenhuma decisão usando caneta Compac ou BIC“, garantiu.

Próximos passos

O presidente prometeu que vai enviar um pacote de medidas para o Congresso Nacional para que trechos da legislação brasileira, no que diz respeito à Amazônia, sejam alterados. De acordo com ele, o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, vai procurar os governadores da região para reunir propostas necessárias até a próxima quinta-feira (29).

 

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.