Bolsonaro diz que morte de músico foi ‘incidente’ e que o Exército ‘não matou ninguém’

  • Por Jovem Pan
  • 12/04/2019 14h52 - Atualizado em 12/04/2019 15h00
Estadão Conteúdo Amigos e familiares no sepultamento do músico Evaldo Rosa dos Santos nesta quarta-feira, 10, no Cemitério de Ricardo de Albuquerque, na zona norte do Rio de Janeiro. Evaldo Rosa dos Santos, de 51 anos, teve seu carro fuzilado por militares do Exército, no último domingo, em Guadalupe, na Zona Norte da cidade Guarnição do Exército atirou 80 vezes contra o carro em que estavam Evaldo e mais quatro pessoas da família dele

Após quase uma semana da morte do músico Evaldo dos Sandos Rosa, assassinado com 80 tiros disparados por militares, o presidente Jair Bolsonaro finalmente quebrou o silêncio. Em entrevista durante a inauguração do aeroporto de Macapá, no Amapá, nesta sexta-feira (12), Bolsonaro defendeu o Exército, falando que a instituição não pode ser acusada de ser “assassina”, pois “não matou ninguém”.

“O Exército é do povo. A gente não pode acusar o povo de assassino. Houve um incidente. Houve uma morte. Lamentamos ser um cidadão trabalhador, honesto”, afirmou.

Nesta quarta-feira (10), a Justiça Militar decidiu converter a prisão temporária em preventiva de nove dos dez militares que haviam sido acusados. O único que teve liberdade provisória foi o soldado Leonardo Delfino que, segundo os depoimentos, não atirou. De acordo com Bolsonaro, “está sendo apurada a responsabilidade. No Exército sempre tem um responsável. Não existe essa de jogar para debaixo do tapete”.

A única declaração em nome da Presidência havia sido dada na terça-feira (9), pelo porta-voz da Presidência da República, Otávio Rêgo Barros. Na ocasião, ele disse que “o presidente confia na Justiça militar, no Ministério Público militar e, a partir desse pressuposto, ele identifica e solicita até dentro da possibilidade, já que há independência de poderes, que esse caso seja o mais rapidamente elucidado”.

O caso

No último domingo (7), uma guarnição do Exército atirou 80 vezes contra o carro em que estavam Evaldo e mais quatro pessoas da família dele, entre eles seu filho, de 7 anos. O sogro de Evaldo, Sérgio Araújo, e um pedestre, que tentou ajudar a família durante o tiroteio, ficaram feridos.

*Com informações da Agência Estado

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