Brasil lidera mortes por armas de fogo em 2016

  • Por Jovem Pan
  • 03/09/2018 16h10 - Atualizado em 03/09/2018 16h27
Pixabay Homem aponta arma de fogo Segundo estudo do Jama (Journal of the American Medical Association), 43 mil pessoas morreram por ferimentos com arma de fogo em 2016

O Brasil compõe o grupo de seis países onde ocorreram metade das mortes por armas de fogo registradas em todo o mundo. Segundo um estudo publicado pelo Jama (Journal of the American Medical Association), 251 mil pessoas foram mortas por armas de fogo em 2016, sendo que Brasil, Estados Unidos, México, Colômbia, Venezuela e Guatemala representam 50% deste total.

A pesquisa avalia a mortalidade relacionada com armas de fogo entre 1990 e 2016 em 195 países e territórios por idade e sexo — mas exclui as mortes em conflitos, execuções e ações das forças da ordem.

O Brasil lidera a lista, com 43 mil mortos, seguido por Estados Unidos (37.200), México (15.400), Colômbia (13.300), Venezuela (12.800) e Guatemala (5.090). O estudo indica ainda que as mortes relacionadas com armas no mundo todo superaram às provocadas por conflitos e terrorismo a cada ano de 1990 a 2016, com a exceção de 1994, quando aconteceu o genocídio de Ruanda.

A maior parte dessas mortes (161 mil) foram propositais; 67,5 mil foram suicídio; e 23 mil foram mortes não intencionais.

Além disso, a maior parte das mortes totais no mundo foram de homens, dos quais 34.700 tinham entre 20 e 24 anos — do sexo feminino, foram 3.580 mortes nesta faixa etária. O levantamento ressalta também que, embora os homens sejam os maiores alvos de homicídios e de suicídios, eles também são “os autores mais prováveis de violência doméstica”.

As altas taxas de homicídios com armas de fogo na região que vai do Brasil ao México, incluindo o Caribe, estão associadas “aos carteis de drogas, à fabricação e à venda de armas de fogo; além do comércio ilegal nos Estados Unidos”, mostra a pesquisa.

O estudo também faz uma relação entre a queda nas taxas de mortalidade por armas de fogo e a restrição a elas. O Jama afirma que, apesar de alto, o número de mortes por armas caiu no Brasil depois que o país aprovou o Estatuto de Controle de armas de fogo, em 2003. “No Brasil, onde grande parte do estoque de armas de fogo civil provavelmente não é registrado, a grande queda nos homicídios por arma de fogo (desde 2000 no estado São Paulo) e suicídios por armas de fogo no estado do Rio de Janeiro têm sido associados ao policiamento mais efetivo, a programas de compra de armas de fogo e aplicação da legislação de controle de armas.”

Suicídio

Os casos de suicídios envolvendo armas de fogo somaram 67.500 mortes em todo o mundo em 2016. Gronelândia (Dinamarca) e estão Unidos têm as maiores taxas: 22 e 6,4 mortes para cada 100 mil pessoas, respectivamente. Singapura, por sua vez, tem a menor taxa, com 0,1 mortes para cada 100 mil.

Segundo a pesquisa, “a presença de armas em casa está diretamente ligada ao seu uso para suicídio, bem como ao aumento das taxas de mortes não intencionais por armas de fogo”.

Esforços para reduzir o número de armas em casa e o apoio ao armazenamento seguro dessas armas podem reduzir a morte não intencional, particularmente para crianças, diz o relatório, “limitando o acesso imediato a um meio de dano que geralmente não dá oportunidade para se pensar duas vezes”.

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