Brasil perdeu mais de 41 mil leitos do SUS

  • Por Jovem Pan
  • 23/10/2018 15h52 - Atualizado em 23/10/2018 16h44
Valter Campanato/ABr Valter Campanato/ABr Na prática, perdeu seis leitos por dia nos últimos dez anos

Um relatório divulgado pela CNM, Confederação Nacional dos Municípios, aponta que entre 2008 e 2018 o Brasil perdeu mais de 41 mil leitos do SUS, Sistema Único de Saúde. Há dez anos, havia no sistema um total de 344.573 mil leitos. Hoje, há 303.185. Na contramão, o número de leitos particulares e que não fazem parte do SUS passou de 116 mil para 134 mil. Na prática, somando todos os leitos, do SUS e particulares, o Brasil perdeu proporcionalmente seis leitos por dia durante dez anos.

O levantamento foi desenvolvido a partir de informações da base de dados do Ministério da Saúde. No texto da publicação, a CNM destaca que os leitos públicos “diminuíram drasticamente”. Em 2008, o país tinha 2,4 leitos para cada 100 mil habitantes, hoje o índice é de 2,1 para cada 100 mil. Ainda segundo o estudo, os leitos que mais sofreram redução foram os classificados como outras especialidades, os obstétricos e os pediátricos.

Além dos dados gerais, a pesquisa indica que nenhuma das regiões brasileiras está em dia com a quantidade de leitos que o Ministério da Saúde recomenda: de 2,5 a 3 leitos para cada 100 mil habitantes. No Sul e no Centro-Oeste, o número de leitos hospitalares é, respectivamente, de 2,4 e 2,3. O Sudeste e o Nordeste estão empatados com 2 leitos, enquanto o Norte tem o pior cenário, com 1,7.

Em 14 unidades federativas o número de leitos aumentou, mas não o suficiente para acompanhar o crescimento populacional. É o caso de Alagoas, que teve aumento de 4% em leitos, mas ficou para trás com o crescimento populacional de 8%, incorrendo, inclusive, na redução do número de leitos por 100 mil habitantes.

Em nota, o Ministério da Saúde apontou que a redução não lesou os atendimentos. O ministério também sinalizou para um processo de desospitalização do serviço de saúde público, ““A redução de leitos de internação segue tendência mundial de desospitalização – com os avanços tecnológicos, tratamentos que exigiam internação passaram a ser feitos no âmbito ambulatorial e domiciliar, com ampliação da atenção básica e de ações de prevenção e promoção. Dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) apontam que o Reino Unido e Canadá, países que servem como referência para o SUS, apresentaram quedas de leitos hospitalares de 26% e 20,5%, respectivamente”, diz o texto. Por fim, o órgão declarou que investe em leitos de UTIs, Unidades de Terapia Intensiva, e expõe um crescimento de 66,4% na oferta desses leitos.

*Com informações da Agência Brasil

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