Brasil tem 33 mil licenças de posse de arma; salto de 280% em oito anos

  • Por Jovem Pan
  • 30/12/2018 10h12 - Atualizado em 30/12/2018 10h42
Pixabay arma Em 2009, o número de registros era inferior a 9 mil, agora soma mais de 33 mil

Desde 2009, o número de entradas na Polícia Federal para solicitar uma licença para posse de arma de fogo saltou 280%. Em 2018 haviam 8.679 armas registradas no país, hoje, no Brasil são cerca 33 mil licenças. A mudança reflete a opinião de parte dos apoiadores do presidente eleito Jair Bolsonaro, que afirmou garantir o direito a posse de arma via decreto já no início do seu mandato.

De acordo com o militar reformado o decreto criará o registro definitivo, abandonando o prazo de validade atual de cinco anos. A ausência de antecedentes criminais bem como exames psicológicos e técnicos continuarão a ser exigidos para a obtenção do registro.

Bolsonaro também escreveu em seu perfil no Twitter que “a expansão temporal será de intermediação do Executivo, entretanto outras formas de aperfeiçoamento dependem também do Congresso Nacional, cabendo o envolvimento de todos os interessados”.

Na tentativa de acalmar os ânimos daqueles que são contrários a flexibilização de posse de armas, o futuro ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno Ribeiro, disse que as regras que existem serão mantidas e que “ninguém vai vender armas na esquina”.

Em 2017, uma permissão especial para atiradores esportivos ajudou a impulsionar o interesse dos brasileiros por armas de fogo. O porte de arma – levar a arma consigo – passou a ser permitido no trajeto entre a residência e o local de treino.

O instrutor de armamento e despachante Guilherme Dias conta que em 2015 ele atendia cerca de três pedidos de registro por mês, incluindo as taxas e todos os trâmites burocráticos, além dos treinos e exames. Hoje, ele atende entre sete e oito pedidos mensalmente. “Muita gente acha que, por ele (Bolsonaro) ter ganhado e ser atirador, vai conceder porte”, conta.

Porém, Dias ressalta que “quem nunca pegou arma não adianta fazer a prova, que não passa. Tem de ter o básico, saber as regras de segurança, como se usa, como se municia. É como uma autoescola”.

*com informações do Estadão Conteúdo

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