Brumadinho segue sob risco de novo rompimento; resgate será retomado quando situação for controlada

  • Por Jovem Pan
  • 27/01/2019 14h43
WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO Bombeiros ainda trabalham com a possibilidade de resgatar pessoas vivas

Em entrevista coletiva realizada por volta das 14h deste domingo (27), o tenente Pedro Aihara, porta-voz do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, afirmou que a barragem 6 da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, segue sob risco de rompimento. Por conta disso, o trabalho de busca e resgate de possíveis vítimas do desastre anterior — rompimento da barragem 1 — continua temporariamente suspenso.

“Pela situação de risco, as buscas foram temporariamente suspensas. Primeiro, nosso foco é tirar a população de áreas de risco. Segundo, a atuação das equipes nas áreas em que a maioria dos corpos está também seria arriscada. Só depois de garantir a segurança de todos vamos voltar às buscas”, disse.

Segundo Aihara, eles ainda trabalham com a possibilidade de resgatar pessoas vivas do cenário de tragédia. “Até o último corpo, o bombeiro atua com essa possibilidade. À medida com que o tempo passa, a chance diminui. Mas, considerando outros casos como esse, existe a chance, sim”, afirmou.

Controle da barragem 6

Desde o sábado (26), as equipes têm realizado bombeamento de água no interior da barragem 6 da Mina Córrego do Feijão, diminuindo, de acordo com o tenente, “grande parte do volume responsável pela sobrecarga”. Ele informou que o reservatório tinha inicialmente capacidade de 3 a 4 milhões de metros cúbicos. Após o bombeamento, esse número caiu para 840 mil metros cúbicos, o que amenizou a possibilidade de um acidente.

Se houvesse um rompimento nessa barragem, cerca de 24 mil pessoas poderiam ser afetadas. Parte delas já evacuou a região desde o período da manhã, quando uma sirene de alerta fez o comunicado.

Rompimento da barragem 1

Na última sexta-feira (25), a barragem B1 se rompeu e atingiu a cidade. De acordo com o governo mineiro, o número de mortos já chega a 37. Além disso, 192 pessoas foram resgatadas e 287 seguem desaparecidas.

O balanço faz com que o desastre supere oficialmente, em número de mortes, a tragédia ocorrida em 2015 na cidade de Mariana (MG). Na época, a enxurrada de lama decorrente da ruptura da Barragem do Fundão resultou na morte de 19 pessoas.

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