Comentaristas da Jovem Pan citam dificuldades para realizar promessas do discurso
Em seu discurso de posse como presidente do Brasil, nesta quinta-feira (1), Dilma Rousseff focou nos compromissos com o ajuste fiscal, a estabilização da economia e o combate à corrupção. Porém, se nas palavras de Dilma as soluções parecem simples, a realidade se mostra bem diferente, segundo os comentaristas de política da rádio Jovem Pan.
Para Denise Campos de Toledo, o recado do ajuste fiscal está dado, o que muda o foco da gestão na economia. “É uma mudança importante, que contraria a concepção de gestão da economia da própria presidente. Não adianta ter só um mercado consumidor maior, você precisa consolidar uma situação melhor do setor produtivo, e precisa equilibrar as finanças”.
Já para Fernando Rodrigues, que acompanhou no plenário o discurso de posse, a impressão causada é que Dilma fez um discurso retórico, no qual usou as promessas para ganhar apoio, mas que ainda precisará coloca-las em prática. “Ela anunciou medidas que desagradam aos movimentos sociais, sindicados, aqueles mais à esquerda. É difícil saber se terá apoio para aprovar isso tudo. Tudo indica que ela tem muitas coisas contra si, como o aumento das tarifas de ônibus, de energia elétrica, o fim do IPI reduzido para automóveis. Pode ser que ela perca popularidade, e aí perderá o apoio da base aliada também”, analisou.
Sobre os casos de corrupção na Petrobras, a necessidade é de mostrar serviço, e não apenas prometer mudanças e investigações. “Se Dilma quiser preservar a Graça Foster (presidente da empresa), o que vai ser muito difícil, vai ter de mostrar resultados em termos de reestruturação da empresa, e mesmo de limpeza. É uma limpeza que tem de ser feita mesmo”, disse Denise Campos de Toledo.
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