Congresso instala nesta semana CPI mista para investigar fake news

  • Por Jovem Pan
  • 30/06/2019 09h56 - Atualizado em 30/06/2019 11h39
Luis Macedo/Câmara dos Deputados Fato raro, a criação do colegiado fez políticos de diferentes partidos apoiarem a iniciativa

O Congresso Nacional vai instalar nesta semana uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar as chamadas fake news nas redes sociais.

Fato raro no Legislativo, a criação do colegiado fez políticos de diferentes partidos – do PT ao PSL – apoiarem a iniciativa, mas por interesses diversos, que vão da eleição de Jair Bolsonaro em 2018 até a divulgação da troca de supostas mensagens envolvendo o ministro da Justiça, Sergio Moro, quando era juiz em processos da Operação Lava Jato.

A CPI mista deve ser oficializada na quarta-feira (3), quando o Congresso realiza uma sessão conjunta de deputados e senadores para votar alterações no Orçamento da União. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), se comprometeu a ler o requerimento de instalação da CPI mista e já há acordo entre partidos do Centrão e da oposição para indicar os membros do colegiado.

Aliados

No PSL, a intenção é afastar a CPI mista dos aliados de Bolsonaro e blindar o governo. O deputado Coronel Tadeu (PSL-SP), por exemplo, propõe que a comissão investigue o site The Intercept Brasil por divulgar supostas mensagens trocadas entre Moro e o coordenador da Lava Jato no Paraná, o procurador Deltan Dallagnol.

“Vamos botar em pratos limpos o que é verdade e o que não é. Estão plantando muita mentira nessa história toda e conseguindo desestabilizar o quadro político”, afirmou o parlamentar, que promete combater as iniciativas da oposição na CPI. “Tem vários casos de fake news no passado que podem voltar a ser objeto de investigação de uma CPI. Se a CPI for até o final mesmo, o PT se enterra de vez. É o tiro no pé que eles estão dando.”

*Com Estadão Conteúdo

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